Em Planura, no Triângulo Mineiro, um homem de 32 anos foi libertado após passar nove anos submetido a condições análogas à escravidão. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a vítima foi obrigada a tatuar nas costelas as iniciais dos patrões como sinal de posse.
A operação de resgate, chamada Novo Amanhã, foi realizada entre 8 e 15 de abril por equipes do MTE, da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho. Além do homem, uma mulher transgênero de 29 anos também foi resgatada.

As autoridades prenderam em flagrante três homens, de 57, 40 e 24 anos, que mantinham as vítimas em condições degradantes. O trio, que formava um trisal, é composto por um contador, um administrador e um professor. Segundo as investigações, eles usavam redes sociais para aliciar pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, oferecendo promessas falsas de emprego, moradia e estudo.
Após conquistarem a confiança das vítimas, os suspeitos as submetiam a jornadas exaustivas sem pagamento, além de praticar violência física, sexual e psicológica. Um dos homens resgatados trabalhava como empregado doméstico e era frequentemente agredido. Já a mulher trans, que permaneceu sob o controle do grupo por seis meses, relatou ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC), possivelmente provocado pelas condições extremas a que foi submetida.
Durante a fiscalização, agentes apreenderam celulares, notebooks e dispositivos de armazenamento, que devem ajudar a identificar outras vítimas.
O trio foi levado para a penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba (MG), e vai responder por tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão.
As vítimas agora recebem assistência médica, psicológica e jurídica oferecida pela Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pelo Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (Unipac).
As investigações seguem em andamento.
com informações da Folha de S. Paulo