O contrato assinado recentemente com o Montes Claros está longe de significar a liberdade do goleiro Bruno. Condenado pela morte de Eliza Samudio, mãe de Bruninho, o jogador cumpre pena na penitenciária de Contagem, e seus advogados apelam à Justiça em busca da autorização para que ele calce as luvas e volte aos campos. “Me deixem jogar”, diz Bruno em entrevista à revista “Placar”. Ele falou ainda sobre o trabalho na cadeia e detalhou o episódio em que tentou se suicidar na cela.
“Tentei o suicídio. Amarrei o lençol na ventana, que é alta, coloquei no pescoço e saltei. Mas a corda arrebentou e eu caí no chão. Olhei para o lado e tinha uma bíblia, que um policial tinha me dado ainda no Rio de Janeiro. Foi Deus que não permitiu que eu me matasse”, afirmou.
Sobre a rotina na cadeia, o goleiro negou ter regalias e reclamou do preço que paga por ser famoso. “Muita gente acha que, por ter sido jogador de futebol, eu tenho regalias aqui. E não tenho. Pago um preço alto pela fama. Já costurei bola aqui dentro. Tem muito jogador que gosta de colocar a culpa na bola. Mas agora eu conheço cada ponto da bola. Sei quando o cara está dando migué. A bola aqui do presídio não é ruim, não”.
Bruno afirma que ainda conseguiu guardar algum dinheiro, mas não o bastante para manter o padrão de vida que tinha antes. “Não estou acabado. Mas sobrou muito pouco do meu dinheiro, longe de poder levar uma vida confortável quando sair daqui”.
O ex jogador foi condenado a 22 anos de prisão pela morte Eliza Samudio e está preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, desde 2010.
Com Globoesporte