Embora o resultado seja expressivo, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recomendou a 11 estados prorrogar a Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola até 19 de setembro. A imunização deverá se estender por mais sete dias em todos os estados da região Norte – Amapá, Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins – além de Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, onde as taxas ficaram entre 64% e 77%.
O ministro Temporão chamou a atenção dos 16,6 milhões de brasileiros que ainda não tomaram a vacina. “Precisamos da adesão de todos para alcançar nosso objetivo, que é erradicar essa doença do nosso país”, afirmou o ministro. “A vacina está disponível na rede pública. Procure uma unidade mais próxima”, orientou.
“Conseguirmos erradicar a Síndrome da Rubéola Congênita e impedir que esse vírus continue circulando no Brasil vai ser uma vitória da sociedade brasileira, da saúde pública brasileira. Nós conseguimos, em menos de um mês, vacinar mais de 53,4 milhões de pessoas. Acho que é um excelente esforço do Programa Nacional de Imunizações, que já tem uma tradição reconhecida internacionalmente”, afirmou o ministro.
Em carta enviada, nesta semana, aos governos dos 11 estados que devem prorrogar a campanha, o ministro da Saúde reconheceu e agradeceu o esforço dos gestores na execução das ações de vacinação contra a rubéola. Porém, diante da quantidade de homens e mulheres ainda a serem vacinados, Temporão recomendou aos governos estaduais que prorrogassem a campanha para garantir a eliminação da circulação do vírus no Brasil.
Nos demais estados e Distrito Federal, a recomendação do Ministério da Saúde é fazer busca ativa de não vacinados, o que significa detectar grupos que devem tomar a vacina. As secretarias municipais e estaduais de saúde podem adotar estratégias locais de abordagem o público-alvo da campanha. Uma alternativa pode ser a implementação de postos volantes.
BALANÇO – De acordo com o balanço preliminar divulgado hoje, as coberturas por região ficaram em 80,89% no Nordeste, 76,59% no Sul, 75,47% no Sudeste, 70,79% no Centro-Oeste e 69% no Norte.
Entre os estados com as maiores coberturas estão Santa Catarina (90,33%), Alagoas (89,64%), Sergipe (86%), Pernambuco (84,28%), Maranhão (83,07%), Espírito Santo (82,24%), Piauí (81,1%) e Minas Gerais (80,88%).
Assim, como nos balanços anteriores, os dados mostram que os homens procuraram menos os postos. As informações preliminares indicam a vacinação de 25,1 milhões de pessoas do sexo masculino, o que representa 72,22% de cobertura em relação ao total de homens a serem imunizados. Entre as mulheres, a adesão foi maior – mais de 28,3 milhões estão protegidas contra a doença, o que representa 80,22% de cobertura para o sexo feminino.
Os estados que tiveram as melhores coberturas para as mulheres foram Alagoas (94,21%), Santa Catarina (91,46%), Sergipe (91,33%) e Pernambuco (89,78%). Amapá e Goiás tiveram os menores percentuais para as mulheres – 68,9% e 66,83%, respectivamente. As mais altas coberturas para os homens foram alcançadas pelos estados de Santa Catarina (89,21%) e Alagoas (84,84%).
FOCO – Os homens são o principal alvo da campanha. Foram eles os responsáveis por mais de seis mil dos 8.684 casos confirmados no país em 2007. Apesar do foco no sexo masculino, a vacinação das mulheres é essencial para eliminar a circulação do vírus.
Ao se vacinar, homens e mulheres ficam protegidos, eliminando a circulação do vírus do meio ambiente. Em mulheres grávidas, a rubéola causa a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que provoca malformação congênita e pode levar à cegueira, surdez, retardo mental ou problemas cardíacos dos bebês.
MOBILIZAÇÃO – Essa é a maior mobilização já realizada em todo o mundo com o objetivo de imunizar adolescentes e adultos – cerca de 70 milhões de pessoas. Devem se vacinar homens e mulheres entre 20 e 39 anos com Dupla Viral, contra sarampo e rubéola. Nos estados Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte e entre a população indígena que vive em aldeias, está sendo aplicada a vacina Tríplice Viral, contra sarampo, caxumba e rubéola, na faixa etária de 12 a 39 anos.