Até o momento são dois anos consecutivos de baixa no volume de água que afeta o Rio São Francisco e consequentemente a Hidrelétrica de Três Marias. Em 19 de janeiro de 2014, o reservatório estava com 28,41% do volume utilizado, em janeiro deste ano o volume passou para 10,47%.
Com a falta das chuvas cidades como Pirapora pretende entrar com pedido para interromper a Usina Hidrelétrica. A intenção da prefeitura é garantir o fornecimento de água ao município no segundo semestre. Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, CBHSF, a discussão sobre o assunto entra em pauta durante o ano de 2015.
Os produtores e exportadores rurais de frutas do Projeto Jaíba, no Norte de Minas, são os mais afetados com a estiagem. De acordo com o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, Anivaldo Miranda, este ano a crise pode pirar com a falta de chuva. “A crise pode ser ainda mais dramática neste ano. Um plano B já deveria ter sido idealizado. Já é hora de encarar 2015 como um ano mais desfavorável”.
Ainda segundo Miranda a Usina tem uma falha que não pode ser implementado um projeto de estudo de forma de acesso ao volume morto da represa, que representa 30% do total da produção de energia. A saída indicada, nesse caso, seria a desativação de uma das seis turbinas.
O prefeito de Pirapora, Heliomar Valle da Silveira, deve encaminhar ao Operado Nacional do Sistema Elétrico, ONS, pedido para interrupção da geração de energia em Três Marias. O objetivo é usar o reservatório apenas para administrar a vazão. “Se não for mantida a água, devemos ter um período caótico de seca. Contamos com a sensibilidade do ONS”, afirma o prefeito.
Para se ter noção da gravidade do problema em decorrência ao clima seco, a média histórica da vazão da represa de Três Marias é de 1.473 metros cúbicos por segundo, mas, atualmente, está pouco acima de 200 metros cúbicos por segundo. A projeção da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais, Cemig, é que até o fim do mês ela atinja 25%, ficando a média mensal em 340 metros cúbicos por segundo.
A pouca entrada de água tem permitido a represa ganhar ou pelo menos manter o volume desde o início do mês. Situação crítica, onde o esperado era de dezembro e janeiro ter maior volume de água. “A condição de enchimento pleno não vai ocorrer. Seriam necessárias vazões mais altas”, afirma o engenheiro de Planejamento do Sistema Elétrico da Cemig, Ivan Carneiro.
De acordo com Miranda, a Cemig estava com expectativas que com o período chuvoso o volume do Rio aumentasse e a Usina conseguisse retomar as atividades normalmente, mas não é o que está acontecendo. “apostaram todas as fichas no período úmido”, segundo ele dois fatores deveriam ser considerados: para alcançar o nível ideal é preciso de anos hidrológicos favoráveis, outro fator é que em meados de 2014 estudos alertavam que o período de chuva não seria favorável.
Com EM