A contadora Rosilene Alves Marcelino filiada ao partido político Democrata (DEM) admite ter errado a prestação de contas da enfermeira estadual, Helena Ventura. O valor correto, de R$ 725, foi pago à empresa de propriedade de Benedito Rodrigues, o Bené, preso pela Polícia Federal na operação Acrônimo. Já o montante indevido calculado pela contadora foi de R$ 36,6 milhões. O erro foi efetuado na candidatura da servidora, quando disputava as eleições para deputada estadual pelo PT no ano passado.
Através de declaração a próprio punho e autenticada em cartório na quarta-feira (10), Rosilene, responsável pela Contabilidade Shalon, localizada em Betim, cidade onde a enfermeira reside, reconheceu a gafe. Ela retificou a informação, explicando que o valor correto do pagamento era mesmo os R$ 725. “Foi um erro de digitação. Eu disse para ela: ‘Nem você, nem eu vimos’. Ela veio faltando uma hora (para acabar o prazo), querendo que eu fizesse a prestação de contas dela, que tinha que ser feita naquele dia”, justificou, minimizando o problema. “É a coisa mais simples de resolver. É só entrar e fazer a retificação”, completou.
Mas para a enfermeira isso não é tão simples assim, pois o caso ganhou grande repercussão, o que gerou suspeita da candidata ter sido usada como laranja para alguma operação ilícita na campanha. “Foi um valor muito específico para ser confundido por uma pessoa que tem facilidade com números”, disse Ventura.
O erro deu origem à investigação da Acrônimo, que apura suposta lavagem de dinheiro. A contadora Rosilene faz prestação de contas de diversos candidatos há 20 anos, mas Helena Ventura foi a única do PT. A profissional foi escolhida por acaso, segundo Helena, após sua contadora habitual recusar o serviço.
A enfermeira afirma desconhecer Bené ou a Gráfica Brasil, o gasto se referia a santinhos de campanha, encomendados pelo PT e rateados entre os candidatos na disputa. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) abriu investigação e solicitou esclarecimentos.
Com O Tempo