
A visita guiada à sede do Governo de Minas, desde sua reabertura em maio do ano passado, vem se tornando um dos mais agradáveis programas turísticos da capital, trazendo a cada mês novos visitantes, como a pequena Daniela, de dois anos, que veio acompanhada do papai Emerson Momose para sua primeira incursão ao Palácio. “Nós viemos brincar na praça e aproveitamos para conhecê-lo. Acho que ela nunca mais vai esquecer esse passeio e aposto que vai querer voltar”, relata Emerson.
Mas, com certeza, os mais entusiasmados eram os alunos das oito turmas da Escola Estadual Presidente Antônio Carlos, que vieram acompanhados do professor de Geografia, Artur Vitor Iannini. Enquanto assistiam à solenidade da Troca de Guarda e o hasteamento das bandeiras do Brasil e de Minas, os alunos já se animaram. “O Palácio é muito legal, estou ansioso para conhecer tudo”, ressalta Diego Souza, 16 anos, que, ao lado do colega Erlon Ferreira, 18 anos, não piscavam nenhum minuto.
Em grupos de 15 pessoas, os visitantes puderam conhecer os 30 principais cômodos do Palácio e um pouco da história de Minas. O passeio teve inicio no hall da escadaria, toda fabricada na Bélgica em estilo art-nouveau. Os estudantes conheceram ainda a imponência dos salões Nobre, Dourado, das Comendas, do Banquete, do Couro e da Rainha. A riqueza de detalhes do quarto do governador e o piso da Escandinávia, em parquet, chamaram a atenção das colegas Stephany Raiany, 14 anos, e Raquel Santos, 15 anos. “É tudo muito bonito e luxuoso. O que mais me chamou a atenção foram os lustres. Nunca vi nada igual. Este passeio vai ser ótimo para nosso trabalho”, confessa Stephany.
A proposta da visitação foi feita pelo professor Iannini durante suas aulas. “Como professor faço questão de colocar para meus alunos valores maiores como cultura, arte e cidadania”, afirma.
As visitas à sede do Governo mineiro recomeçaram no último ano, após quatro anos fechado e depois do mais completo processo de restauração desde a sua construção. Todo o requinte do edifício, construído no final do século XIX, foi resgatado, incluindo mobiliário, elementos artísticos e estruturas originais que estavam encobertas, há pelo menos 70 anos, por paredes ou várias camadas de tinta. A visita ao Palácio da Liberdade segue um roteiro estipulado por técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) para garantir a segurança do rico acervo.
A abertura do Palácio à visitação pública integra um conjunto de projetos estruturadores do Governo de Minas para a proteção do patrimônio priorizando o acesso da população aos bens culturais protegidos. Exemplo em Belo Horizonte, a criação do Circuito Cultural Praça da Liberdade se ergue como um conjunto de centros de atividades culturais, científicas e de lazer, ao redor do próprio Palácio da Liberdade. Em breve, outros espaços culturais na Praça serão abertos à população, como o Espaço do Conhecimento, na antiga Reitoria da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), e o Museu das Minas e do Metal, que ocupará o prédio ao lado, que já abrigou a Secretaria de Educação.