Em tempos de campanha da vacinação contra a gripe, grupos de adeptos da não imunização têm surgido nas redes sociais com o intuito de alarmar a população e trazer mitos infundados. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece à população 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
Para o médico e referência técnica em imunização na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), José Geraldo Leite Ribeiro, é essencial que as pessoas conheçam histórias da saúde de 30 atrás, quando era grande o número de doenças, especialmente em crianças, as que hoje são as mais beneficiadas nas coberturas vacinais. “Gostaria que pudesse haver um túnel do tempo que transportasse qualquer pessoa que hoje contesta a eficácia das vacinas, e não se imuniza, à época que eu fui acadêmico de medicina, que eu fui residente de pediatria. Eu levaria essas pessoas a uma visita ao Centro Geral de Pediatria (CGP/Hospital Infantil João Paulo II), em Belo Horizonte, para que pudessem ver a quantidade de crianças que sofriam, naquela época, com difteria, ou traqueostomizadas; ou a quantidade de crianças com doença meningocócica, com sarampo, com paralisia infantil para o resto da sua vida, enfim, crianças sofrendo. E tudo isso nós controlamos por meio das vacinas”, relatou ele.
Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem a finalidade de coordenar as ações de imunizações em todo o país, garantir a continuidade das ações e ampliar a área de cobertura vacinal. O PNI propiciou, entre outros resultados importantes, a erradicação da varíola, o controle da poliomilelite e a eliminação do sarampo e da rubéola congênita.
José Geraldo explicou também que atualmente, a maioria da população cumpre o calendário vacinal, proporcionando assim uma proteção indireta para aquelas que não se vacinam. “Porém, se todo mundo começar a abdicar do direito de se vacinar, essa proteção indireta acaba, e essas doenças voltam para todos nós, sem distinções. Dessa forma, vamos perder todo um investimento de trabalho humanitário e econômico que foi feito nesse tempo todo, até hoje. Por isso, é estarrecedor ouvir pessoas pondo em dúvida a necessidade de se vacinar ou a importância da vacina”, alertou ele.
Prorrogação
A campanha de vacinação contra a gripe que inicialmente terminaria na sexta-feira (26), mas foi prorrogada pelo Ministério da Saúde e segue até o dia 9 de junho. Tal prorrogação foi necessária para tentar atingir a meta de 90% dos grupos prioritários (pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde, povos indígenas, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, puérperas – até 45 dias após o parto, portadores de doenças crônicas, professores das escolas públicas e privadas e população privada de liberdade.
O médico José Geraldo ressalta, ainda, que é muito importante que esses públicos prioritários não percam o prazo, pois no caso das gestantes, por exemplo, a vacina pode proteger o neném nos primeiros meses de vida. Os idosos acima de 60 anos também devem se vacinar, mesmo tendo tomado a vacina em anos anteriores. “A vacina é o melhor meio de prevenção para a doença, por isso esses grupos não devem perder o prazo. Vacine-se”, comenta.
Da Redação com SES-MG