O trabalho exposto na galeria é fruto do desenvolvimento do projeto social Valores de Minas, desempenhado em 2005 e 2006 por Adel, formada em Belas Artes pela Escola Guignard, com adolescentes habitantes de áreas de risco social. A ideia era fazer com que estes adolescentes reproduzissem, nos materiais de 25x25cm, as divisões de suas próprias casas e assim pudessem colocar em foco seus anseios, valores e experiências vividas. Como declara Souki: “A casa como abrigo, proteção e aconchego é a nossa primeira morada no mundo. Nossas casas são espaços cheios de subjetividade e trazem a história de cada um”.
Durante este processo, os jovens foram se descobrindo e as diversas histórias familiares, quase sempre escondidas, apareceram nos cômodos da casa. Ao invés da espetacularização e do exagero, os meninos e meninas procuraram a intimidade, e de uma maneira própria: em altas vozes e discussões entre os colegas. “O transbordamento de emoções desses objetos (moradas) despertaram as profundezas do ser em todas as 6 turmas de 42 alunos, onde desenvolvi este projeto”, revela a artista.
A exposição ainda conta com uma instalação sonora com as conversas espontâneas, os barulhos feitos pelos jovens durante o processo de criação, o que também colabora para construir a realidade das moradas. “Os sons preservarão o caráter pessoal de cada morada. Escutando, testemunharemos a individualidade dos espaços visitados”, ressaltou a expositora.
Serviço
Evento: Mil moradas e uma
Local: Galeria Arlinda Corrêa Lima
Bate-papo e lançamento do catálogo: 25 de agosto, 19h, no Teatro João Ceschiatti
Data: de 04 a 30 de agosto
Horário de visitação: 2ª-feira, 18h-21h / de 3ª-feira a sábado, 9h30-21h / domingo, 16h-21h
Entrada Franca
Balcão de Informações: (31) 3236-7400