São 5h da manhã, Seu Neném boceja e logo parte rumo à sua jornada diária: comprar frutas frescas para sua loja no Mercado Central. Essa tem sido sua rotina desde 1960, ano em que começou a trabalhar no mercado. Agora, prestes a se aposentar, ele vacila um pouco quando afirma que “aguenta ainda mais uns dois anos”. Seus olhos pedem por mais…
Assim como Seu Nénem, diversos comerciantes e cidadãos da capital mineira fazem parte da história do Mercado Central que completa 80 anos hoje. No decorrer dos anos, tornou-se um dos pontos de encontro mais tradicionais de Belo Horizonte e passagem obrigatória de turistas de todo o mundo que visitam a cidade.
São 400 lojas reunidas em uma construção que ocupa 14.000 m2 localizados bem no coração de Belo Horizonte. Lá, todos os dias, milhares de pessoas vão em busca de praticamente tudo que é oferecido em seus diversos estabelecimentos: lojas de artigos religiosos, de ervas, de artesanato, de eletroeletrônicos, mercearias, açougues, tabacarias, sorveterias, restaurantes e, claro, os famosos bares.
Nesses bares, grupos de amigos se encontram para o happy hour todos os dias. O clima é tão amistoso, a ponto de ninguém se incomodar em ficar de pé para bater um papo. E não fique surpreso se passar no corredor do bares e ver, subtamente, algum produto à sua espera. Eficazes como poucos, os atendentes veem de longe seus futuros clientes.
Tendo como principais atrativos a diversidade de produtos e a simpatia dos vendedores, não é à toa que o Mercado Central seja uma referência turística da capital mineira. E, em alguns casos, como de Seu Neném, faz parte diária da vida e também motivo para acordar todos os dias.
História e superação
Em 1964, o então Mercado Municipal de BH estava em intenso movimento. Porém, a gestão municipal do prefeito Jorge Carone resolveu vender o terreno devido à impossibilidade de administrar a feira. Para impedir que isso acontecesse, foi montada uma cooperativa com a liderança de um dos comerciantes, Sr. Raimundo Pereira Lima, o Dico, como era conhecido. Graças a essa iniciativa e ao apoio externo, o Mercado Central não teve que fechar suas portas.
Dia de comemoração
Como só se faz 80 anos uma vez, a administração do Mercado Central preparou uma programação especial para o dia 7 de setembro. Na parte da manhã, um bolo gigante será servido pelos corredores ao som da Banda Universo em Desencanto. E a partir das 14h30, um churrasco em celebração do encerramento da VI Copa de Integração de Futebol Society será oferecido aos comerciantes, associados e funcionários.
Agência Minas