Após os casos de alunos brancos fraudando o sistema de cotas para entrar para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ganharem as páginas de jornais, cresceram as denúncias de ocorrências semelhantes na instituição. A comissão da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis apurou, no ano passado, 61 queixas – sobre pessoas diferentes – feitas formalmente à universidade antes e depois do escândalo. Porém, até hoje, cerca de cinco meses depois, nenhum dos acadêmicos foi afastado ou expulso, segundo movimentos negros e estudantis que acompanham os casos.
A assessoria de imprensa da UFMG informou que os processos para apurar as supostas fraudes não foram finalizados. No entanto, a Unegro Minas Gerais e o UFMG contra as Fraudes em Cotas garantem que há um relatório final, que optou por não ditar punições. “Ninguém foi punido por dar declaração falsa”, disse o presidente do Unegro Minas Gerais, Alexandre Braga.
“A comissão constatou que não houve fraude, e sim mau uso das cotas, justamente por essa dificuldade no Brasil de se definir o que é preto e pardo. Por isso, não teve punição. Queremos que haja uma apuração mais sensível desses casos”, disse o estudante de biologia Vinícius Morais, 20, integrante do UFMG contra as Fraudes em Cotas. A universidade teria, então, entendido que não houve intenção de cometer irregularidades.
Da Redação com Ascom O Tempo