Candidatos que prestaram o concurso da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais para os cargos de professor e especialista da educação básica enfrentaram atraso na aplicação das provas nesse domingo (8) e reclamam de um suposto vazamento de fotos do caderno de questões. O caso foi denunciado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE).
Imagens que circulam em redes sociais mostram uma multidão aguardando para entrar na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais no bairro Coração Eucarístico, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
O concurso oferece 16 mil vagas para o cargo de professor de educação básica e 700 vagas para especialista em educação básica. As provas ocorreram nos turnos da manhã e tarde. Veja o edital. O documento informa que não seria permitido o uso de celular, dentre outros eletrônicos.
A especialista em educação Márcia da Costa, de 41 anos, que concorre a uma vaga na mesma área, contou que chegou ao campus às 13h, com uma hora de antecedência para o horário previsto do concurso. Contudo, só iniciou a prova às 15h15. Ela saiu de Igarapé, na Região Metropolitana, às 11h, e diz que o atraso gerou cansaço e estresse.
A candidata também afirma que houve uso de celular dentro da sala. Ela registrou boletim de ocorrência e pretende procurar o Ministério Público por se sentir prejudicada.
“Muito desorganizado. O telefone da colega atrás de mim tocou duas vezes. O aplicador da prova e o fiscal viram, mas ela disse que era um alarme porque tomaria medicamento. Na segunda vez, recolheram e ela continuou fazendo a prova”, disse Márcia. “Recebi por meio do Whatsapp fotos do caderno da prova aplicada no turno da manhã e do gabarito em branco”, acrescenta.
O Sind-UTE divulgou nota em que denuncia o suposto vazamento e pede apuração. “Pessoas fizeram filmagens dentro das salas de prova, fotografias de gabaritos, pacotes de provas, listas de presença e questões de provas, utilização de celulares dentro das salas para posterior divulgação”, disse em comunicado.
A entidade questiona a conduta dos aplicadores. “Várias imagens divulgadas sugerem que foram feitas e divulgadas por pessoas que trabalharam na aplicação das provas, a serviço da empresa responsável pelo concurso. A permissão de utilização de telefones celulares e outras práticas dentro das salas e nas dependências dos locais sugerem que não houve a correta fiscalização por quem tinha o dever de fiscalizar”, afirmou.
A Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), empresa contratada para realizar o concurso, publicou uma nota de esclarecimento dizendo que enfrentou um problema de logística, o que causou o prolongamento do horário de início das provas em 60 minutos.
“O material de apoio aos fiscais, com a lista de presença dos candidatos, que seria destinado a quatro escolas de Belo Horizonte, foi embarcado em veículo da Fumarc com outra rota de distribuição. Com isso, o veículo da Fumarc teve que retornar ao ponto de origem para a destinação correta do material de apoio”.
Ainda segundo a Fumarc, o início do concurso, em todas as regiões, ocorreu quando as quatro escolas receberam o material de apoio. “Também com o objetivo de respeitar o intervalo entre as provas da manhã e tarde, considerando que muitos candidatos participariam dos dois concursos, o início das provas, neste segundo turno, também foi prolongado”, acrescentou a fundação.
Sobre as denúncias, a Fumarc informou que cada uma será apurada e que, até o momento, não há indícios de que candidatos foram beneficiados com eventual vazamento.
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais confirmou que o atraso em Belo Horizonte impactou o início das provas em outras cidades. Em Juiz de Fora, a Polícia Militar registrou um boletim de ocorrência denunciando problemas no exame.
A secretaria afirmou que, no final da tarde de ontem, tomou conhecimento de denúncias que circulavam em redes sociais quanto ao uso de celulares em ambiente de provas, além de fotos de supostas provas. Diante disso, acionou a Fumarc para apuração das denúncias e aguarda uma posição da empresa.
Com G1 Minas