Professores das escolas particulares de Minas Gerais vão cruzar os braços nesta quinta-feira (19). Em Belo Horizonte, ao menos cinco grandes instituições de ensino já comunicaram que vão parar parcialmente ou totalmente as atividades. Os educadores vão se reunir durante a manhã no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde discutirão os rumos do movimento. Já os professores da rede estadual de ensino, que estão em greve há 42 dias, se reúnem nesta tarde para definir se continuam paralisados.
A paralisação dos professores da rede particular foi decidida durante uma assembleia realizada pelos professores no último sábado (14). Os educadores pedem, entre outras coisas, reajuste salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais 3% de ganho real. Em vídeo, a presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), Valéria Morato, afirma que a categoria é contra a proposta feita pelo sindicato patronal. Entre os pontos citados por ela está o fim das bolsas de estudo. Por meio de nota, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SINEP/MG) afirmou que vem se reunindo com o Sinpro para discutir pontos relacionados à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Sinep criticou a paralisação. “Como as negociações estão no início, com a data-base prorrogada até 30 de abril, não há falta de entendimento entre as partes. Por isso, qualquer paralisação não é legítima. Qualquer escola sabe que preza por uma educação de qualidade depende de bons professores. Não há, por parte do SINEP/MG, qualquer tentativa de retirada de direitos. O que se pretende é uma atualização da Convenção Coletiva de Trabalho, escrita há quase 60 anos”, disse no documento. Segundo o Sinep, já comunicaram que vão paralisar as atividades parcial ou totalmente as seguintes escolas: Colégio Batista (1 unidade), Colégio Loyola, Colégio Magnum, Colégio Arnaldo e Colégio Marista Dom Silvério.
Greve
Professores da rede estadual de ensino se reúnem em uma assembleia na tarde desta quarta-feira no pátio da ALMG. A categoria vai decidir se encerram ou continuam a paralisação que começou em 8 de março. A categoria reivindica o cumprimento do acordo salarial estipulado pelo governador de Fernando Pimentel (PT), em 2015. Esse acordo, feito com o estado, estipulava três atualizações nos salários (2016, 2017 e 2018), além do pagamento de abonos, para que este ano a categoria equiparasse os vencimentos mínimos por uma jornada de 24 horas ao piso nacional aplicado no Brasil.
Além disso, o sindicato questiona o parcelamento dos salários, do 13º salário, a ausência de repasses para o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), passivos da carreira, férias-prêmio para quem aposentou, entre outros problemas. Nessa terça-feira (17), foi protocolada na ALMG a Proposta de Emenda à Constituição do Piso Salarial, que contou com a assinatura de 72 deputados. A matéria, que já está em tramitação, elimina a necessidade de um projeto de lei específico anualmente e garante o piso.
Com Em.com.br