“A arte oferece a possibilidade de registrar a história”, afirma a diretora do Casarão, Marisa Figueiredo, sobre a realização da oficina de bordado para pensar a preservação das bacias hidrográficas.
Segundo a supervisora ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Manuela Tinoco, Sete Lagoas e o rio das Velhas possuem uma relação estreita quando se pensa na meta 2010 para a redução da poluição. “As pessoas, através da arte, expressam o que pensam sobre a cidade e o meio ambiente, adquirindo uma maior conscientização ambiental”, considera a supervisora.
A oficina é uma contrapartida da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que custeou a publicação do livro “Resgate Histórico da Bacia do Comércio Navio/Baleia”. Ao longo de sete anos, a escritora Mércia Nascimento visitou comunidades e cidades ribeirinhas do Velhas para registrar narrativas orais de 80 pessoas, na faixa de 34 a 101 anos.Pela inexistência das fotos, Mércia começou a bordar os cenários que as pessoas descreviam sobre a natureza em períodos como 1920 e 1950. O resultado virou um livro e Mércia se comprometeu a difundir o conhecimento para mais de 200 pessoas em 20 das 51 cidades abastecidas
pela Bacia do Velhas. “Ensino o bordado perfeito como uma alternativa de emprego e renda, além de incentivar o resgate da memória e a reflexão”, explica.
Com a tela em branco, linha e agulha nas mãos, a iniciativa da prefeitura motivou a estudante Júlia Alves a conferir de perto a técnica do ponto cruz. Júlia desconhecia qualquer ponto e começou hoje. “Ainda estou no básico do ponto cruz, mas pretendo avançar bem”, indica.