A segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra Febre Aftosa de 2009, finalizada em 30 de novembro, teve um saldo positivo em relação ao mesmo período do ano passado em Minas Gerais. O índice de vacinação no Estado este ano alcançou 97,6%, maior do que o obtido na etapa de 2008, 96,5%.
A etapa envolveu 9,3 milhões de bovinos, o rebanho mineiro é de de 22,3 milhões, nas idades de 0 a 24 meses, nos 853 municípios do estado, em 336 mil propriedades rurais. Várias Coordenadorias Regionais do Instituto apresentaram um índice expressivo de vacinação, algumas chegaram a alcançar 99,8% do rebanho no total.
Para o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, um rebanho sadio abre as portas para o mercado externo e repercute na economia do Estado. Dessa maneira, o IMA exerce com empenho e importantes parcerias com os produtores rurais e a iniciativa privada, a vigilância sanitária que inclui a fiscalização das propriedades, dos rebanhos e do trânsito dos produtos de origem animal. Aliado a isso, busca constantemente orientar os pecuaristas sobre a importância da vacinação dos animais contra aftosa neste momento.
Estratégia e avanços
“A estratégia do programa nacional considera a implantação gradativa de zonas livres de aftosa, de acordo com as regras definidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para os processos de zonificação e regionalização, visando conquistar em um futuro próximo todo o país como área livre desta doença”, diz o diretor-geral do IMA.
Segundo Rodrigues Neto, o conjunto de esforços visando integrar o trabalho de todos os segmentos da agropecuária tem permitido um avanço sustentável para alcançar a erradicação da enfermidade em uma vasta área do país, compreendida pelo estado de Santa Catarina, considerada como livre de aftosa sem vacinação, e pelos Circuitos Sul, Centro-Oeste e Leste, nos quais Minas Gerais está inserido como livre, com vacinação.
Como parte do processo, o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realiza estudo sorológico anual para detecção de anticorpos do vírus da doença em propriedades rurais nos estados reconhecidos como áreas livres de aftosa. Este procedimento periódico é uma exigência da OIE e busca comprovar a ausência da chamada atividade viral nessas regiões. Essa ação, que é realizada com o máximo rigor em Minas Gerais, é requisito para manter a condição sanitária internacional conquistada pelo Brasil.
O próximo ano será decisivo para a sanidade animal. Até o final de 2010, o Brasil, caso haja um consenso entre os estados livres, irá reivindicar junto ao Mapa o status de área livre de febre aftosa com vacinação em todo o seu território. Por enquanto, 17 estados são considerados áreas livres de aftosa, 16 com vacinação e apenas 1 – Santa Catarina – sem vacinação.
Alguns estados das regiões Norte e Nordeste não têm o título sanitário. Entretanto, segundo o secretário Nacional de Defesa Animal do Mapa, Inácio Kroetz, em fevereiro de 2010 serão completados cinco anos sem circulação viral naquelas regiões, condição que dá o direito de fazer a reivindicação.
Altino Rodrigues Neto explica também que o consenso entre os estados é estratégico do ponto de vista da atenção à sanidade agropecuária. “Cada estado tem autonomia para traçar o planejamento que quiser com a finalidade de garantir a vacinação do rebanho. Contundo, o intuito é fazer com que os serviços de defesa sanitários nacionais tenham mais harmonia. O Brasil é muito grande para poder ter uma única estratégia, mas precisamos ter um serviço de defesa harmônico no país”, afirma.
Fonte: Agência Minas