Belo Horizonte elege prefeito da Copa 2014. Finalizado o segundo turno, já temos os prefeitos que administrarão as 18 cidades candidatas a sediar uma chave da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Esses administradores, entre eles o de Belo Horizonte, terão mandato até 2012: é justamente nesse período que mais de 90% das obras para a Copa 2014 deverão estar concluídas, tanto nas arenas esportivas quanto na infra-estrutura geral (sistemas de transportes urbanos, rodovias, aeroportos, rede hoteleira, hospitalar, de segurança pública, entre outros).
Essa oportunidade de ouro para o desenvolvimento do país acontece 64 anos após o Brasil ter sediado uma Copa do Mundo (1950). Segundo especialistas em infra-estrutura que analisaram os países que já sediaram os jogos, especialmente após os anos 1970, o campeonato mundial de futebol é a principal competição esportiva do planeta, atraindo milhões de espectadores diretos e alguns bilhões pela televisão e internet, e gerando, principalmente, uma ativação fantástica da infra-estrutura das cidades e da economia local, tanto pelas obras necessárias quanto pelos recursos obtidos por meio do considerável aumento do fluxo de turistas estrangeiros aos países-sedes.
Os investimentos feitos pela Alemanha para realizar a Copa 2006 dão uma idéia da magnitude desses desafios para o Brasil: foram 4 bilhões de euros para a modernização de rodovias, 3,5 bilhões nos sistemas de transportes urbanos e 2 bilhões de euros em infra-estrutura de estádios. Assim, o desafio dos prefeitos recém-eleitos e que assumem em janeiro de 2009 será o de desenvolver um planejamento rigoroso e de contratar projetos de arquitetura e engenharia para todas as áreas envolvidas, em parceria com os governos estaduais e federal e a iniciativa privada, de maneira a executar as obras necessárias no prazo devido e a custos adequados, evitando a improvisação e o desperdício característicos de serviços realizados emergencialmente. É preciso ainda ter em conta que o Brasil é pouco conhecido pelo turista internacional e, com a Copa 2014, o país obterá uma visibilidade que se traduzirá em milhares de visitantes não apenas durante o campeonato, mas também posteriormente, desde que a oportunidade seja bem aproveitada: um turismo sustentável exige medidas planejadas e desenvolvidas previamente para promover a renovação urbana das principais áreas metropolitanas do país, melhorando e ampliando a infra-estrutura local, regional e nacional.
Para a Fifa, a Copa do Mundo é um evento quadrienal, que promove o futebol, estimula os seus agentes através do mundo e que, por alcançar bilhões de pessoas, gera ganhos de imagem e financeiros para manutenção firme de sua atividades nos quatro anos seguintes. Para o Brasil, sendo o futebol talvez o maior fator motivacional de nossa sociedade, a Copa de 2014 poderá ser a grande alavanca da modernização, melhoria e ampliação de nossa infra-estrutura, além de proporcionar novos estádios e arenas multiuso e geração de oportunidades de emprego e renda para milhões de brasileiros.
Por José Roberto Bernasconi