Durante a assinatura do protocolo, José Carlos Martins anunciou que a Vale já está estudando a viabilidade de exploração econômica de novo projeto do mesmo porte no Estado para ser concretizado até 2011, possivelmente nas regiões de Serra Azul, Conceição do Mato Dentro, Guanhães, Porteirinha e Salinas. O novo investimento proporcionará um novo aumento de 25% na produção da empresa, ou seja, mais 46 milhões de toneladas de minério por ano.
O diretor da Vale fez questão de destacar que Minas Gerais representa cerca de 70% da produção de 300 milhões de toneladas da empresa em todo o país e que grande parte dos recursos minerais estão concentrados no Estado, que tem uma grande vantagem competitiva, graças à sua infraestrutura logística.
Sergio Barroso chamou a atenção para a importância do investimento da Vale. “O mais interessante é que além do investimento, a empresa está agregando valor à cadeia produtiva mineral de Minas Gerais ao criar um projeto que aproveitará os itabiritos pobres, que antes eram descartados, e que serão transformados em minério comercializado iinternacionalmente”. O secretário lembrou ainda que o empreendimento tem outros fatores importantes. “Prioriza o fornecedor local, fortalece a cadeia produtiva mineral estadual e está sendo desenvolvido em perfeito equilíbrio entre o econômico e o ambiental”, enfatizou.
Já o diretor da Vale salientou que “só alcançarão crescimento os países que melhor souberem administrar a questão ambiental e, por isso, a empresa já trabalha para minimizar os impactos e para criar soluções ambientais” e pediu o compromisso técnico do Estado nas relações entre meio ambiente e desenvolvimento.
Mineração
O secretário de Desenvolvimento Econômico informou que somente no período de 2003 a 2010, o Governo de Minas atraiu investimentos de R$ 25,3 bilhões no setor de mineração, o que representa a geração de 16.963 empregos em 48 projetos. O valor significa 12,36% dos investimentos totais de R$ 204,79 bilhões anunciados no Estado no período, até o final de 2009.
O investimento da Vale será usado para implantação e expansão de minas e usinas de beneficiamento de minério em Minas Gerais, abrangendo os municípios de Itabira, Itabirito, Barão de Cocais, Caeté, Raposos, Rio Acima e Santa Bárbara. O valor será distribuído entre os projetos Apolo, Itabira e Vargem Grande. Com os novos investimentos em Minas Gerais, a Vale vai gerar cerca de 2.200 empregos diretos até 2015, quando estará concluído. Entre diretos e indiretos, serão criados cerca de 10 mil empregos.
Projetos
O projeto Apolo consiste no desenvolvimento de mina e implantação de uma usina de beneficiamento para a produção de minério de ferro não aglomerado (sinter feed e pellet feed). O investimento, de R$ 4,4 bilhões, será usado também para a construção de um ramal ferroviário de 25 km interligando a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) à usina Apolo.
Com esse projeto, serão criados 70 empregos diretos e 4,1 mil indiretos durante as obras, e 1.449 diretos na fase de operação. O início de implantação está previsto para 2010, com término em 2013. A produção será de 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano (Mtpa). O Apolo era inicialmente chamado de Maquiné-Baú e está localizado entre os municípios de Santa Bárbara, Caeté, Rio Acima, Raposos e Barão de Cocais.
No projeto Itabira serão investidos R$ 2,68 bilhões na implantação de uma nova usina para aproveitamento de 500 Mtpa de itabiritos pobres. Haverá investimento para implantação de barragem, material rodante e via permanente. Nessa unidade serão produzidos cinco milhões de toneladas de minério de ferro por ano (Mtpa), de sinter feed e pellet feed e até 2012, a produção deverá atingir 15 Mtpa. Nele, serão criados 320 empregos diretos na fase de operação, 23 diretos e 3.192 indiretos durante as obras. A implantação desse projeto começa em outubro de 2010, com término previsto para maio de 2012.
O projeto Vargem Grande consiste na instalação de uma usina de tratamento de minério, com o objetivo de aproveitar minérios itabiríticos das minas de Abóboras, Tamanduá e Capitão do Mato. Serão investidos R$ 2,3 bilhões na nova unidade, e a produção prevista é de 10 Mtpa de pellet feed (pelotização). O cronograma de execução do projeto prevê sua conclusão em outubro de 2012.
Em todos os projetos, a Vale se compromete a promover o treinamento e capacitação de mão de obra, prioritariamente local, a ser aproveitada nos processos fabris e de desenvolvimento de tecnologias. A ampliação da oferta de novos produtos será destinada à exportação e ao mercado interno, além da prospecção de novos mercados.
A empresa
A Vale é a segunda maior companhia mineradora do mundo, com operações em todos os continentes. É responsável pela geração de mais de 100 mil empregos, entre próprios e terceirizados. Produz e comercializa minério de ferro, pelotas, níquel, concentrado de cobre, carvão, bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês e ferroligas. Investe em pesquisa mineral e novas tecnologias.
Para dar suporte ao desenvolvimento e escoamento da produção, atua como uma operadora logística e prioriza projetos de geração de energia voltados para o autoconsumo, de forma a garantir competitividade. No Brasil, opera três sistemas de produção de minério de ferro: Norte, Sudeste e Sul. A produção de minério de ferro dos Sistemas Sudeste e Sul concentra-se no Estado de Minas Gerais.
Em 2009, produziu cerca de 216 milhões de toneladas de minério de ferro, das quais cerca de 128 milhões foram extraídas em Minas Gerais. A capacidade atual e total de produção é de 300 milhões de toneladas por ano (Mtpa) e a meta é atingir 400 Mtpa até 2015 para suprir a demanda estimada de minério de ferro no mercado mundial, que voltou a crescer.
Agência Minas