Somente este ano, de janeiro a setembro, 1.868 mulheres receberam o diagnóstico de câncer de mama em Minas Gerais, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde, obtidos junto ao Painel de Monitoramento do Tratamento Oncológico, e também apontam um crescimento do diagnóstico nos últimos dois anos.
Em 2017, foram 4.209 casos diagnosticados no Estado e, no ano passado, foram 4.922. Mas segundo dados do Instituo Nacional de Câncer (Inca), este número é ainda maior considerando todos os novos casos da doença identificados em 2018, que foram 5.360.
Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, o câncer de mama tem uma taxa de até 95% de cura. Isso significa que os exames anuais de rastreamento da mama a partir dos 40 anos e, especialmente na faixa etária entre os 50 e os 69 anos, são essenciais na prevenção à doença.
A mastologista Bárbara Tace, diretora científica da Sociedade Mineira de Mastologia, explica que, apesar de muitas mullheres realizarem o autoexame para procurar algum nódulo no seio, somente a mamografia pode identificar indícios da doença com precisão. “Isso porque a mulher só consegue encontrar nódulos acima de 2 centímetros quando realiza o autoexame no seio. Uma lesão pequena que indica a doença só é encontrada na mamografia”.
Vale lembrar que toda a mulher tem o direito ao tratamento gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em um prazo de até 60 dias após o diagnóstico, conforme a Lei 12.732/2012.
Em BH, 27.857 mulheres já realizaram mamografias este ano
Profissionais dos 152 centros de saúde da capital mineira são orientados a lembrar as mulheres a partir dos 50 anos que chegam nas unidades a realizar a mamografia de reastreamento para identificar possíveis nódulos que indiquem o câncer de mama. As unidades são a porta de entrada para a realização gratuita do exame e do tratamento.
Como explica a coordenadora de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fernanda Azeredo Chaves, o exame de rastreamento é indicado para mulheres entre 50 e 69 anos. Caso haja histórico da doença na família, o controle deve começar mais cedo, a partir dos 35.
“A mulher passa por uma avaliação clínica nos centros de saúde e é encaminhada para a realização da mamografia. Se houver indicação de lesão com alta suspeição de câncer no seio, ela é encaminhada diretamente e sem fila para a comissão de oncologia para iniciar o tratamento”, explica.
Somente no ano passado, foram realizadas 37.639 mamografias de rastreamento pela rede pública em Belo Horizonte. Já este ano, até o fim de setembro, foram contabilizados 27.857 exames.
Com Hoje em Dia