O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (sem partido) foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de ter recebido doação, via caixa dois, da empreiteira Odebrecht nas campanhas de 2008 e 2012, quando disputava a prefeitura da capital. Segundo as investigações, ele teria recebido pelo menos R$ 1 milhão. Outras sete pessoas envolvidas no esquema também foram indiciadas.
Marcio Lacerda foi prefeito de Belo Horizonte por dois mandatos seguidos, entre 2009 e 2012 e entre 2013 e 2016.
Lacerda foi citado por dois delatores da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Junior e Sérgio Luiz Neves, ouvidos em abril de 2017. Eles disseram que efetuaram pagamentos, via esquema de caixa 2, a pedido de Márcio Lacerda, que tinha o codinome de “Poste”.
Segundo a Polícia Federal, o pagamento de R$ 1 milhão foi efetuado no escritório Pier Giorgio Senesi Filho, tesoureiro de campanha do ex-prefeito, além de outras quantias não contabilizadas, pagas em 2008. Ainda de acordo com a PF, ele teria solicitado a quantia a fim de financiar as campanhas para eleição em 2008 e reeleição em 2012.
Os detalhes das transações foram encontradas em planilhas que estavam no HD externo apreendido na casa do tesoureiro.
Ainda segundo a Polícia Federal, as propinas estavam vinculadas ao contrato de parceria público-privada, firmado em julho de 2012, entre a PBH e o grupo Odebrecht, para a construção e manutenção das Unidades de Ensino Infantil (UMEI), no valor de R$ 819, 3 milhões, pelo prazo de 20 anos. Em 2014, um aditivo incluiu 14 novas UMEis, o que aumentou o valor do contrato para R$ 975,6 milhões.
O G1 aguarda posicionamento do ex-prefeito.
Com G1