“Teve um ano no Natal que ele levou uma galinha viva para ser presente no amigo oculto”. É dessa forma que a estudante, Rebeca Menezes, de 20 anos, lembra do primo. Hugo Fonseca da Silva, de 38 anos, era piloto e estava dentro do avião que caiu nessa segunda-feira (21) no bairro Caiçara, na região Noroeste da capital.
A despedida foi no Cemitério Renascer, em Contagem, na região Metropolitana da capital. Hugo era casado e deixa um filho que completará um ano em duas semanas. Outras três pessoas morreram na tragédia e duas estão internadas com queimaduras graves no Hospital João XXIII.
O jeito brincalhão era a marca de Hugo, segundo amigos e também familiares. De acordo com o primo do piloto, Rodolfo Menezes, de 19 anos, Hugo garantia a alegria das festas de família. “Ele Zoava todo mundo, brincava com todos. Era um dos mais velhos, mas gostava de sentar com os primos mais novos. Ninguém falava que ele tinha 38 anos”, contou Menezes.
“Paizão e filhão”
Hugo era o irmão do meio de mais duas irmãs, e segundo os primos, era o “xodó da mãe”. “Tia Cida era doida com ele. Mas não tinha como. Ele era um filhão, um paizão, um amigão. Um cara muito legal. Vai fazer muita falta”, lamenta a prima.
Conforme os parentes, o piloto era apaixonado pelo filho Miguel, de 11 meses, por quem ele dizia que largaria a aviação. “Ultimamente ele até falava que não iria voar mais por medo de acidente. Dizia que agora que tinha um filho, tinha que se cuidar pra ver o menino crescer”, relatou Rodolfo.
Aviação
Os familiares revelaram também que Hugo pilotava helicópteros desde os 23 anos de idade e sempre foi apaixonado por aviação.”Desde novo ele era ligado a aviação. Com 23 anos ele se tornou piloto de helicóptero”, recordou Rodolfo. O familiar explicou que o primo estava a caminho de Ilhéus para buscar um helicóptero.
No velório, alguns colegas da aviação estavam presentes. O diretor EFAI, escola em Hugo fez suas instrução de voo, João Bosco Ferreira, lembrou do ex-aluno como um piloto correto. “Eu não cheguei a dar instrução a ele, mas posso dizer que era um bom piloto, seguia com total correção todas as normas, fora o sujeito extraordinário que era, depois ficamos amigos”, lembrou.
Um helicóptero da escola sobrevoou o cemitério durante o sepultamento, como última homenagem ao ex- aluno.