Em greve desde o último sábado, os petroleiros em Minas Gerais voltaram ao trabalho na noite dessa segunda-feira (28) para o sindicato da categoria (Sindipetro) não ter de pagar uma multa diária de R$ 250 mil. A punição foi fixada pela Justiça do Trabalho de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O grupo, no entanto, só terá uma decisão final sobre a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para um acordo com a Petrobras na sexta-feira (1). Até lá, permanecem o estado de greve e a mobilização. A pauta do Sindipetro engloba a renovação do acordo coletivo de trabalho e a manutenção dos empregos dos trabalhadores.
O grupo denuncia o que chama de “privatização velada” da Petrobras. No processo, a Refinaria Gabriel Passos (Regap) seria uma das primeiras a serem vendidas.
Multa subiu
No sábado, a Justiça do Trabalho de Betim concedeu uma liminar determinando que a equipe operacional voltasse “de imediato” ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Decisão dessa segunda-feira da juíza Fernanda Cristine Nunes Teixeira aumentou o valor para R$ 250 mil por dia, caso as trocas de turno não fossem efetuadas.
“O que essa liminar faz é tirar o direito de greve do trabalhador, porque ela nos obriga a colocar todos da área operacional para dentro da Regap”, afirma o coordenador do Sindipetro Anselmo Braga. De acordo com ele, o estado de greve permanece e o sindicato continua recorrendo da decisão judicial que determinou o retorno ao trabalho.
O Sindpetro também avalia estratégias para manter o movimento, caso a categoria rejeite a proposta do TST nas assembleias convocadas ao longo da semana. São duas reuniões nesta segunda-feira, duas na quarta-feira e uma última pela manhã na sexta-feira (1).
“Essa greve é também para denunciar o fato de a Regap estar à venda nesse processo de privatização. Desde o golpe, a Petrobras diminuiu o gasto com manutenção e vários incidentes estão acontecendo. A ideia é deixar sucatear para ganhar apoio público à privatização”, afirmou o sindicalista.
Na noite de sexta-feira, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Petrobras acataram os termos apresentados pelo TST para o acordo coletivo de trabalho 2019-2020. Com isso, a entidade suspendeu a greve que começaria também no sábado, mas Minas Gerais e Rio de Janeiro ficaram de fora da decisão.
Entre as sugestões que fazem parte da proposta do TST estão a limitação em 30% da participação dos empregados no plano de saúde da estatal. O texto também admite a participação dos sindicatos na implantação de turnos de 12 horas para empregados em terra, faz ajuste na proposta sobre o banco de horas, com metade das horas excedentes sendo pagas e a outra metade compensada, determinou um reajuste maior para o plano de saúde e permitiu o recolhimento da mensalidade sindical.
Com Estado de Minas