O jovem de 19 anos suspeito de matar a namorada, de 15, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já havia ameaçado a namorada usando uma arma, segundo a delegada Karina Resende.
“Tem relato de testemunha presencial dessa ameaça da vítima com uso de arma de fogo, mas ela não procurou a polícia e não registrou boletim de ocorrência”, disse nesta quarta-feira (30).
A Polícia Civil divulgou, nesta manhã, os detalhes da prisão do suspeito João Vitor Raimundo da Silva, que teria atirado em Micaele Santos. Ele foi preso nesta terça-feira (29) em cumprimento de mandado de prisão temporária.
De acordo com advogada do rapaz, Eduarda Othero, ele se apresentou espontaneamente à polícia. Durante depoimento, ele preferiu ficar em silêncio e não falou sobre a morte da namorada.
“A gente vai esperar as investigações se encerrarem porque elas não se encerraram ainda, não tem perícia nem do local nem do disparo. Não foi nada ainda apresentado e nem os depoimentos foram encerrados até agora. Então a gente tem que esperar isso acontecer para a gente dar um parecer mais firme”, afirmou.
O crime aconteceu no dia 22 de outubro em um conjunto habitacional. Micaele chegou a ficar internada, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dela foi sepultado nesta segunda-feira (28).
Segundo a delegada, o casal estava junto havia cerca de quatro anos e mantinha um relacionamento conturbado, mas a motivação do crime ainda é investigada.
“Não se comprovou ainda na investigação que, nesse momento tenha havido uma briga ou um motivo específico para ele desferir esse disparo, mas as investigação levaram a concluir que era um relacionamento conturbado, que ele era uma pessoa ciumenta”, afirmou.
Cinco pessoas já foram ouvidas pela polícia, além do suspeito. De acordo com Karina, testemunhas viram o rapaz com a arma do crime e a vítima caída no chão.
Para ela, a hipótese de disparo acidental está descartada.
Ainda segundo a delegada, o inquérito do feminicídio deve ser concluído nesta semana. A pena para o crime varia entre 12 e 30 anos de prisão.
O caso
De acordo com a Polícia Militar (PM), a vítima estava no apartamento de João Vitor. Os dois eram vizinhos. Segundo as investigações, Micaele queria terminar o relacionamento, mas ele se negava.
Parentes do suspeito disseram que ele tentou socorrer a namorada, mas se desesperou e deixou o local de carro.
O trabalho da perícia pode ter sido prejudicado porque a cena do crime foi descaracterizada. Não havia sinal de violência ou do uso de arma de fogo quando os policiais chegaram ao local.
Esta não é a primeira vez que João Vitor é suspeito de crime. Ele tem passagens por ameaça, porte ilegal de arma e lesão corporal contra um policial militar.
Uma câmera de segurança flagrou João Vitor em uma loja após o crime. Em seguida, ele foi visto fugindo em um carro.
Com G1