Embora os lojistas estejam animados com as vendas para a Black Friday, que oficialmente ocorre na próxima sexta-feira, duas pesquisas de entidades que representam a dupla comércio e serviços jogam um pouco de água fria nas pretensões dos empresários.
A Fecomércio constatou que seis em cada 10 mineiros, por exemplo, consideram a Black Friday como o “dia em que o comércio maquia descontos para vender mais”. Esta foi a resposta de 59,8% dos entrevistados.
Já a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) apurou que 54,8% dos consumidores da capital não desejam ir às compras na data e o principal motivo, evidenciado em 74,4% das respostas, “é por não acreditar que é vantajoso”.
As amigas Vera Lúcia Nominato, que é aposentada, e Adriana Aparecida do Espírito Santo, que ganha a vida como manicure, fazem parte destas estatísticas.
“Nem todos os lojistas oferecem descontos corretamente”, reclama Adriana, enquanto faz a unha da amiga. Para a aposentada, “boa parte dos lojistas aproveita a data para desovar estoque”.
“Muita gente não vê vantagens nos descontos oferecidos e acreditam que os preços costumam subir antes da data”, analisou o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.
O economista-chefe da Fecomércio, Guilherme Almeida, faz um alerta ao comerciante que eventualmente tentar maquiar preços: “É uma data consolidada, apesar da desconfiança que ainda existe. Neste sentido, cabe ao empresário ter essa consciência. Maquiar preços é negativo para a reputação da empresa”.
Mas o percentual daqueles que irão às compras deixou muitos comerciantes animados não pelo número de consumidores, mas pelo valor que eles irão gastar.
Pelos cálculos da CDL-BH, o tíquete médio este ano será de R$ 1.306,94. A cifra é 135,4% maior que a de 2018 (R$ 555,20).
“Parte da população espera a data para comprar produtos de maior valor agregado, como televisores, móveis, geladeiras, celulares, tablets, vídeo games, entre outros. Esses itens estão entre os mais procurados na liquidação e costumam ter um percentual significativo de descontos na Black Friday”, acrescentou o presidente da entidade.
Quando levado em conta todo o Estado, o tíquete médio será de R$ 500 para a metade dos que irão às compras, segundo a Fecomércio.
“Além das compras planejadas, a data favorece o consumo pela oportunidade, tornando-se um bom momento para que o comércio invista em ações para atrair o consumidor, que, mesmo sem planos de compras, procura por preço e variedade de produtos”, explica o economista-chefe da Federação, Guilherme Almeida.
Com Hoje em Dia