A manhã desta quarta-feira (11) é marcada por homenagens e despedidas no Ginásio Poliesportivo do Riacho, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde é velado o corpo de Maria Salomé da Silva, de 86 anos, a dona Salomé, torcedora símbolo do Cruzeiro.
Segundo amigos, nas últimas semanas, ela já demonstrava preocupação e tristeza com a situação do time, que acabou rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.
“Na terça-feira da outra semana, fomos a um jogo em Betim. Na volta, quando a deixaríamos em casa, ela disse que, se o Cruzeiro fosse rebaixado, morreria na mesma semana. Meu marido falou para ela não dizer aquilo. A Salomé respondeu: ‘Não nasci pra ver o meu time no local que não coincide com ele. Se for para ver ele assim, eu prefiro morrer’. E, infelizmente, foi o que aconteceu”, contou a microempresária Lorraine Braga, de 29 anos, que faz parte da torcida organizada do Sada Cruzeiro.
Segundo ela, Salomé sempre chegava muita animada para assistir aos jogos da equipe de vôlei. Com o mascote nos braços, a quem deu o nome de Marcelo Moreno (ex-jogador do Cruzeiro), ela corria pelas arquibancadas gritando “A Salomé chegou!”.
“Nós sempre tínhamos cuidado com ela durante as partidas, nas viagens a São Paulo, Montes Claros, Uberlândia. Tínhamos a preocupação de deixá-la em casa após os jogos. Quem nós vamos deixar em casa agora?”, lamentou.
Amor pelo Serginho do vôlei
Lorraine também destacou que, além do jogador de futebol Marcelo Moreno, Salomé tinha outra paixão: o jogador de vôlei Serginho, ex-líbero do Sada Cruzeiro.
“Se o Serginho pudesse, ele estaria aqui hoje. A nossa homenagem também é em nome dele. Era um amor muito profundo. No próximo jogo de vôlei, o nome dela será gritado. Ela merece”, finalizou a microempresária.
Obrigado, Salomé
Nos dois placares do ginásio, as mensagens desta quarta são em homenagem à Salomé. Nos equipamentos foram colocadas as frases “Obrigado, Salomé”.
Com O Tempo