A Polícia Militar cancelou todas as férias e folgas de militares durante o período do Carnaval. A corporação informou que todo o efetivo, de 38 mil oficiais, estará nas ruas, em todas as cidades do Estado. Um planejamento feito em conjunto pelas polícias Militar e Civil, além do Corpo de Bombeiros, foi apresentado à imprensa nesta quarta-feira (12). Em Belo Horizonte, segundo a PM, dias mais movimentados e com maior volume de pessoas serão sábado, domingo e terça de carnaval.
O Estado irá investir, somente em relação a PM, cerca de R$ 14 milhões na operação. Em BH serão 9.000 policiais nas ruas. A Polícia Civil, por sua vez, terá um efetivo de 1.959 oficiais e um investimento de R$ 2,7 milhões, com 619 agentes somente na capital. A operação começa no próximo fim de semana e vai até, pelo menos, o primeiro fim de semana após a Quarta de Cinzas.
Em BH, que tem estimativa de público de cerca de 5 milhões de pessoas, e em cidades como Divinópolis, Ouro Preto, Itabirito, São João del Rei, Santa Cruz de Minas, Diamantina e Pirapora, o efetivo de todas as corporações será reforçado. Drones, câmeras e detectores de metais também serão utilizados nesses municípios.
O superintendente de Integração da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Leandro Almeida, informou que todas as ações do Estado serão monitoradas pelo Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Administrativa. Rodovias e aeroportos também serão contemplados. Ao todo, 1.200 câmeras serão espalhadas. Duas carretas farão o monitoramento móvel nos pontos de aglomerações. “Quaisquer chamadas de emergência que entrarem serão gerenciadas aqui. As carretas estarão com sistemas ligados in loco, com foco no carnaval, com sistema de reconhecimento facial, zoom de até cinco quilômetros e leitor térmico”, disse.
A grande novidade é que por meio das carretas vai ser possível bloquear imediatamente um aparelho celular roubado ou Furtado durante a folia. “Acontecendo o crime, a PM vai registrar o reds e a Secretaria de Segurança Publica vai promover o bloqueio imediato junto a Anatel. O aparelho fica inutilizado e, assim, não será ferramenta de moeda nem de troca no mundo do crime”, afirmou.
Ao contrário do fluxo que acontecia nos anos anteriores, de policiais civis e militares sendo deslocados da capital para o interior, agora, em ambas as corporações, agentes de outras cidades precisaram ser realocados para Belo Horizonte para o período da festa. “São principalmente daqueles municípios onde não terá carnaval. Está sendo retirado um ou dois policiais para reforçar o policiamento não somente na capital mas em outras cidades”, afirmou o coronel Alexandre Magno, diretor de apoio operacional da Polícia Militar.
A recomendação da PM, que tem foco nas ocorrências de furto e roubo, que são as mais comuns, é de que população tenha cuidado. “O básico é realmente planejar-se para divertir. Se vai sair de celular ou com o cartão de crédito, tem que tomar o cuidado de guardar esses objetos para que eles não sejam visíveis para pessoas oportunistas. A principal dica é orientar as pessoas para adquirir o porta celular. Ele vai ficar por debaixo da roupa da pessoa, justamente para evitar que fique exposto”, explicou.
Ainda segundo o coronel, o folião que fizer xixi na rua pode ser preso. “É uma contravenção penal. Ação pública imediata. A pessoa está sujeita a ser presa e levada para a delegacia”, disse.
Para a Polícia Civil, o foco está nas ocorrências de importunação sexual e nos crimes patrimoniais. Segundo Aloísio Fagundes, delegado coordenador de operações da Polícia Civil, foram traçadas duas estratégias gerais. “Uma é intensificar as ações investigativas antes do período do carnaval, procurando tirar de circulação os principais infratores, principalmente em relação aos crimes patrimoniais. A outra frente de atuação consiste em reforçar o efetivo em todas as delegacias de plantão em Belo Horizonte e no interior do Estado. A maior preocupação são os crimes sexuais, como a importunação, e os patrimoniais”, afirmou. Na capital, uma delegacia móvel na praça da Estação será montada.
O Corpo de Bombeiros, por outro lado, irá trabalhar com um efetivo de 4.200 militares em todo o Estado, sendo 700 somente em BH. Foco de atuação são as chuvas, as festas perto de balneários e a fiscalização de operação dos blocos. “Se a pessoa fizer ingestão excessiva de álcool, não entrar na água. Não deixar as crianças sozinhas e ter cuidado com proximidade de embarcações. Mesmo se souber nadar, prestar atenção aos indicativos de perigo. Todos os blocos passaram por análise prévia, estabelecendo condições de segurança mínima. Serão feitas vistorias de fiscalização e coordenação de brigadas. Estamos monitorando os principais pontos de alagamento. Então depende das condições meteorológicas”, afirmou o major Moisés Magalhães de Souza, chefe da terceira sessão do Estado maior.
Com O Tempo