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Campanha de vacinação contra sarampo é adiada em Minas

A segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que deveria ter começado na segunda (23), em todo o país, foi adiada pelo Ministério da Saúde. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Zé Gotinha e sua família, símbolo da campanha da vacinação contra o sarampo. Foto: ReproduçãoZé Gotinha e sua família, símbolo da campanha da vacinação contra o sarampo. Foto: Reprodução

O órgão chegou a anunciar que a campanha contra o sarampo tinha começado, com previsão de término no dia 30 de junho, e a prioridade de imunizar 9 milhões de pessoas entre 20 e 49 anos, independentemente de já terem se vacinado ou não. E informou ter recebido doses da vacina para a campanha, que já teriam sido encaminhadas para os municípios.

Mas, na terça-feira (24), confirmou o cancelamento da campanha para evitar aglomerações nas unidades de saúde que estão trabalhando na vacinação contra a gripe. A primeira fase de imunização contra a gripe começou na segunda e vai até o dia 15 de abril. Está sendo atendida a população a partir dos 60 anos de idade, grupo com maior risco de complicações e mortes por doenças respiratórias, dentre elas a influenza e a COVID-19.

Entre fevereiro de 2018 e março de 2020, o Brasil teve cerca de 30 mil casos confirmados e 30 mortes pela doença, que ainda ameaça a população com surtos que permanecem ativos em 10 estados, de acordo com a SES-MG.

O vírus ainda circula em grande quantidade em várias regiões da Europa e da América, explica a SES. E, por causa das migrações e de viagens internacionais, foi importado e voltou a circular no país. Além disso, a baixa imunização da população brasileira, que vem caindo nos últimos anos, também contribuiu para a volta da circulação do vírus.

Em 2011, Minas detectou um caso da doença importado da França; em 2013 houve dois casos importados dos Estados Unidos e, em janeiro de 2019, foi registrado um caso da doença importado da Europa. Ao todo, no estado, no mesmo ano, foram confirmados 136 casos da doença, segundo a Secretaria de Saúde.

Em Minas Gerais, a 2ª etapa da Campanha de Vacinação contra o Sarampo vai até o dia 30 de junho, com a prioridade de imunizar 9 milhões de pessoas entre 20 e 49 anos, independentemente de já terem se vacinado ou não. Serão oferecidas as vacinas tríplice viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; e a dupla viral, que imuniza contra sarampo e rubéola e pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto. De acordo com o Ministério da Saúde, cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

Belo Horizonte

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que a vacina contra o sarampo faz parte do calendário vacinal e está disponível nos 152 Centros de Saúde da capital durante todo o ano. E que, no momento, a Secretaria Municipal de Saúde segue orientação do Ministério da Saúde de adiar a campanha de vacinação e intensificar medidas para imunizar a faixa etária de 20 a 49 anos.

Na cidade, a cobertura vacinal contra o sarampo está perto de 100% da população, superando a recomendação do Ministério da Saúde. E a orientação Secretaria Municipal de Saúde para evitar a circulação de pessoas, é que só procurem os Centros de Saúde quem realmente se enquadre no grupo prioritário, e que não tenha as doses necessárias para proteção contra a doença.

Para evitar o sarampo, são necessárias duas doses de vacina para quem tem até 29 anos de idade; de 30 a 49 anos, basta uma dose. E, acima de 49 anos, são vacinadas as pessoas que convivem com indivíduo suspeito da doença ou que foram a locais com surto, segundo a secretaria municipal.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa grave, provocada por vírus, transmitida pela fala, tosse e espirro. É extremamente contagiosa e pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. O Ministério da Saúde alerta que o sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

Transmissão

A transmissão ocorre quando a doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. E a única maneira de evitar o sarampo é pela vacina.

No SUS, as vacinas são gratuitas e estão disponíveis em mais de 36 mil salas de vacinação em postos de saúde em todo o Brasil.

Sintomas

Os doentes geralmente apresentam febre acompanhada de tosse; irritação nos olhos; nariz escorrendo ou entupido; mal-estar intenso. Em torno de 3 a 5 dias, podem aparecer outros sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.

Complicações

Segundo o Ministério da Saúde, pesquisadores da Universidade de Havard, nos Estados Unidos, concluíram que o sarampo é muito agressivo e "abre as portas" para outras doenças. Ao atacar o organismo, o vírus do sarampo compromete a "memória imunológica", comprometendo a reação a outras doenças.

Quem está infectado pelo vírus do sarampo, pode ter complicações graves.

Adultos podem desenvolver pneumonia. E, nas crianças, é pior: um em cada 20 casos pode evoluir para pneumonia, causa mais comum de morte por sarampo; uma em cada dez crianças pode ter infecções no ouvido e até perda da audição. O sarampo também pode provocar encefalite aguda e morte.

Mulheres em idade fértil (10 a 49 anos) que não se vacinaram antes da gravidez, podem ter parto prematuro e o bebê pode nascer com baixo peso.

Contraindicação

A vacina é contraindicada para mulheres grávidas, porque é produzida com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.

A recomendação do Ministério da Saúde é que a mulher que tenha planos de ser mãe tome todas as doses da vacina antes de engravidar e mantenha toda a rotina prevista no Calendário Nacional de Vacinação atualizada, para se proteger e proteger o bebê.

Com G1



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