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Vacina contra coronavírus que usa vírus da Influenza é desenvolvida em BH

Na corrida contra o tempo para combater o coronavírus em todo o mundo, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Minas Gerais, em parceria com a UFMG, começam a desenvolver um projeto de vacina contra a doença. Ainda em fase inicial de produção, a expectativa é que, após o recebimento de insumos e finalização dos estudos, os testes sejam iniciados em 18 meses.

Reitoria UFMG. Foto: Re/ilustrativaReitoria UFMG. Foto: Re/ilustrativa

De acordo com o pesquisador da fundação, Alexandre Vieira Machado, a vacina será produzida a partir do vírus da Influenza. "Estamos fazendo um projeto recombinante. O Influenza tem as proteínas dele, retiramos um pedaço para que não consiga sair da célula infectada, o que não causa uma infecção no corpo todo. Além disso, colocamos uma sequência que codifica um pedaço da proteína do coronavírus. Após uma resposta do organismo, a pessoa vai ficar imune para as duas doenças", explica.

Além da UFMG e da Fiocruz, o projeto da vacina contra o coronavírus tem a participação, em diferentes etapas, de profissionais da Universidade de São Paulo (USP), Incor, Instituto Butantã e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. "É uma luta de todo o mundo contra um inimigo comum. Esse é o conflito da nossa geração. Os soldados, que são os pesquisadores e alunos, estão conduzindo muitos projetos ao redor do Brasil", enfatiza.

Próximos passos

Depois dos estudos concluídos, caso os testes com camundongos sejam positivos, a vacina que imuniza contra o coronavírus e a Influenza passará por análises clínicas para verificar como ela deve reagir no corpo humano. "É o mesmo trâmite de qualquer outra vacina, como da dengue e do HPV. Esses testes são para garantir que o produto seja seguro", complementa Machado. Até conclusão de todas as etapas, a pesquisa pode durar dois anos.

Apesar do tempo elevado para as necessidades atuais, o pesquisador da Fiocruz lembra que o coronavírus pode circular por alguns anos e provocar novos picos de infecções entre a população. "Estamos no olho do furacão, não sabemos o futuro. Por isso, é importante vacinar, da mesma forma que acontece com a Influenza, já que se a doença voltar a população estará imunizada", argumenta.

Foto: Re/ilustrativaFoto: Re/ilustrativa

Conforme Alexandre Machado, o desenvolvimento do projeto ainda fortalece a ciência brasileira e é até uma estratégia de saúde pública. "Isso por uma questão de independência tecnológica. Caso determinado país desenvolva, ele vai escolher em quais locais a vacina vai entrar, tem a questão da geopolítica e de quem paga mais. A ciência e tecnologia são estratégicos e o mundo mostra isso agora", finaliza.

Com O Tempo



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