O pagamento da primeira parcela dos salários dos servidores públicos estaduais será feito na próxima quarta-feira (15), com exceção dos funcionários das áreas de saúde e segurança, que já receberam suas remunerações nesta quinta (9). O anúncio foi feito em Brasília pelo governador Romeu Zema (Novo), após este se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Economia Paulo Guedes.
“Depois de muito esforço, nós conseguimos viabilizar o pagamento da primeira parcela do salário de março (dos servidores), no valor de R$ 2 mil, para a proxima quarta-feira. Eu mesmo estou empenhado em conseguir recursos para o pagamento da segunda parcela e estaremos divulgando a data assim que for possível”, informou Zema.
Na conversa com Bolsonaro e Guedes, Zema propôs nova negociação para a venda dos créditos de nióbio pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e solicitou um auxíllio financeiro do governo para compensar as perdas em arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em função do desaquecimento da economia com a crise do novo coronavírus.
Aluguel de ações
O objetivo do governo estadual é fechar um entendimento com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil ou Caixa Ecônomica Federal. O assunto foi discutido em encontro de Romeu Zema com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. A nova proposta envolve uma operação que o chefe do Executivo de Minas denominou de “aluguel de ações”.
Zema destacou que pretende viabilizar a venda do nióbio para regularizar o pagamento dos servidores estaduais. Parte do funcionalismo público não recebeu, por exemplo, o 13º salário de 2019. “O meu grande sonho é colocar o salário do funcionalismo em dia. Por isso que estou aqui. O grande motivo de eu estar aqui é olhar o lado do funcionaliamos, que, desde 2016, está recebendo (o salário) parcelado”.
O governador lembrou que Minas vinha conduzindo a venda dos créditos de nióbio no mercado financeiro desde o fim de 2019. Contudo, a operação foi suspensa em razão da paralisação do mercado financeiro em meio à crise do novo coronavírus. Desta forma, Zema propôs a negociação com a União, por meio dos bancos oficiais, entre os quais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Ele salientou que a compra dos créditos do nióbio representa um “bom negócio” para as instituições financeiras federais.
“O Governo Federal ficou de analisar (a proposta). Inclusive, o próprio presidente (Jair Bolsonaro) considera o nióbio um material estratégico. Caso essa operação venha ser efetivada no mercado financeiro, existe a hipótese de alguma entidade internacional se interessar, apesar de não ser a propriedade. É o aluguel das ações. Mas isso no futuro facilitaria a entrada de alguém externo. Mas ele (Bolsonaro) se mostrou totalmente propicio (ao negócio)”, assegurou o governador, antes do encontro com Montezano.
Após a reunião de Zema com Gustavo Montezano, a assessoria do governador informou que o BNDES ficou de avaliar a proposta da negociação dos créditos do nióbio e que dará uma resposta dentro das próximas semanas.
Com Estado de Minas