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BH vai iniciar processo de reabertura do comércio na próxima segunda-feira

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai iniciar na próxima segunda-feira (25) o processo de reabertura do comércio na cidade, que foi duramente afetado pela pandemia do novo coronavírus. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Beato.

Foto: Fred Magno/O TempoFoto: Fred Magno/O Tempo

Segundo ele, isso vai acontecer de forma gradual, dependendo de cada setor econômico e em três etapas não especificadas. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Marcelo Souza e Silva, que participou de diversas reuniões com o Executivo Municipal para tratar do tema, já na próxima semana alguns estabelecimentos poderão começar a funcionar, mas ainda serão anunciados.

"A ideia é que em até um mês ou um mês e meio todos os estabelecimentos possam funcionar em sua totalidade. Mas terão que seguir algumas regras, como horário de funcionamento, para que não ocorra aglomerações de pessoas nos horários de rush, por exemplo", disse.

Marcelo enfatiza que para esse processo ser realizado com sucesso, a população e os comerciantes precisam cooperar. "Estamos com uma expectativa muito boa, porque BH apresenta bons números com relação ao combate da Covid-19. Mas é preciso seguir regras de higiene, proteção das lojas, das empresas, uso de máscaras...", pondera.

"Agora, se a prefeitura estabelecer que tal comércio pode abrir, não quer dizer que ele é obrigado a abrir. Às vezes, o comerciante é do grupo de risco mas trabalha sozinho. Se ele preferir não trabalhar, ele tem esse direito", conclui.

Mais informações serão repassadas à imprensa e à população em entrevista coletiva nesta sexta-feira (22).

O prefeito Alexandre Kalil já tinha adiantado à reportagem que essa decisão não é dele, mas das pastas que cuidam do assunto. "Quem vai reabrir o comércio é o secretário de Saúde. Se quiser notícia de reabertura de comércio é com ele e com os infectologistas. Eu não abro comércio e nem fecho comércio. Eu mando abrir e mando fechar. Nós estamos no mesmo rumo, no lado da ciência", afirmou.

Conforme decretos municipais, bares, restaurantes e lanchonetes estão com alvarás de localização e funcionamento suspensos. Caso tenham estrutura e logística adequadas, os estabelecimentos podem efetuar entrega em domicílio e disponibilizar a retirada no local de alimentos prontos e embalados para consumo fora. Para isso, todas as medidas de prevenção ao coronavírus devem ser adotadas.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Aguinaldo Diniz, é muito importante para a sociedade o início desse processo, mas ele precisa ser feito com responsabilidade. "Nós estamos com dois problemas: o sanitário e o da saúde, que são diretamente ligados com a economia. Tudo é preciso ser feito dentro das possibilidades, com muita responsabilidade e seguindo a ciência", diz.

"Nós somos da opinião que a economia precisa voltar a rodar, ela não pode ficar parada mais que o necessário. Temos desemprego, queda de renda e de salário. Observando todos os cuidados da saúde, podemos sim relaxar", afirma.

Ele considera que alguns setores podem voltar a funcionar o quanto antes. "Além dos setores essenciais, tem alguns que podem funcionar, como a construção civil, pois normalmente são trabalhadores mais jovens, e a cadeia produtiva é muito grande, já que vai do aço a todos os outros setores. Também há a indústria automobilística, pois grande parte da linha de produção é automatizada. Mas tem que ser estudado, pois é necessário haver demanda para produzir", completa.

De acordo com Diniz, a ACMinas fez uma carta enviada a Brasília no dia 7 de abril recomendando que todos os salários do Executivo, Legislativo e Judiciário sejam cortados em 25%. Essa proposta já seria de conhecimento do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) também se posicionou a favor do início da reabertura do comércio na capital e em outras cidades. "Em âmbito estadual, a Federação e os seus sindicatos empresariais também defendem a retomada e mantêm um diálogo permanente com o governo de Minas, a fim de propor soluções que minimizem os efeitos da paralisação das atividades empresariais em centenas de municípios mineiros. Não à toa, a Fecomércio MG e seus sindicatos participaram da construção do "Programa Minas Consciente", que já apresenta resultados exitosos em vários municípios mineiros", infomou.

Apesar disso, a federação ressaltou que o setor de comércio e serviços representa 88,37% dos negócios locais, além de boa parte da arrecadação municipal. "A maioria desses estabelecimentos está enquadrada como micros e pequenos negócios, que representam a quase totalidade das empresas do setor terciário na cidade (98,8%). Mas, diante das incertezas, muitos desses estabelecimentos não conseguem sequer tomar crédito junto aos bancos, agravando a sua saúde financeira e tornando inseguro o futuro de milhares de trabalhadores", pondera.

Números

Belo Horizonte é o município mineiro com mais casos e óbitos em decorrência do coronavírus. São 1.280 pessoas infectadas e 36 mortes até o momento, segundo balanço epidemiológico divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde.

Com O Tempo



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