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Estaca zero: Apenas comércio essencial de BH vai funcionar a partir desta segunda-feira avisa Kalil

Em entrevista ao canal Globo News, na noite deste domingo (28), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, disse que a prefeitura da capital mineira não errou no momento em que iniciou as etapas da flexibilização, e que elas só não foram para frente porque os cidadãos belo-horizontinos não respeitaram as regras de isolamentos social.

Foto: Flávio TavaresFoto: Flávio Tavares

Kalil afirmou que sua equipe “enxergou uma janela” para flexibilizar, foi assim que deram início as fases de reabertura do comércio. No entanto, de acordo com o prefeito, a população não seguiu as orientações de isolamento social e causou o recuo. “Nós tivemos uma oportunidade que foi mal aproveitada pela população. Muita gente sem máscara. Várias pessoas passeando pela cidade. Uma minoria irresponsável nos fizeram recuar”, explicou Kalil.

O prefeito de BH revelou que o “grande medo da prefeitura” é perder o domínio do controle da disseminação do vírus na cidade. Por isso, na última sexta-feira (26), ele anunciou que a capital mineira iria voltar a fase zero da flexibilização, isto é, permitir que somente comércios essenciais funcionem no munícipio.

Relembre entrevista concedida na última sexta-feira (26)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou em entrevista coletiva realizada na última sexta-feira (26) que a capital retorna à estaca zero no processo de reabertura econômica, com a manutenção apenas dos serviços essenciais a partir de segunda-feira (29).

"Eu gostaria de informar à população de BH que os dados e todo o protocolo da PBH pioraram muito. E nós estamos voltando à fase zero a partir de segunda-feira. Nós só iremos manter os serviços essenciais, como no início da pandemia", informou.

O prefeito não escondeu a contrariedade ao dar a notícia após a cidade se manter no nível dois durante duas semanas.

"Ninguém está mais triste, mais amolado do que eu. Ninguém avisou tanto que não era férias, que todos deveríamos nos manter em casa, o que não foi feito. Eu disse à minha equipe que nós temos uma linha de números, dados, leitos e certa ou errada ela será mantida", continuou.

O prefeito também não perdeu a oportunidade de rebater adversários que o criticaram pela maneira como encarou a pandemia 100 dias atrás.

"É claro que quando fui alarmista, fui escandaloso, que o bombardeio ia chegar, todos os aproveitadores usaram isso. Então, quero avisá-los: o bombardeio chegou. E vamos tentar controlá-lo", garantiu.

"Quero dizer à população e repetir: não estamos de férias. Fiquem em casa, denunciem, chamem. As máscaras serão obrigatórias. Foi aprovado na Câmara e serão sancionadas imediatamente", completou, lembrando que haverá multas para aqueles que não usarem o equipamento.

Apesar do retrocesso, Kalil garantiu que o vírus não está descontrolado pela cidade, mas voltou a fazer um apelo pela conscientização da população.

"Estamos em descontrole? Não. Mas podemos chegar perto do colapso e do descontrole. Estou amargurado. Estou triste, mas vamos ver isso lá na frente. Nós pedimos a compreensão. Sabemos da nossa responsabilidade. Eu, como prefeito, peço desculpas a todos aqueles que respeitaram tanto esse isolamento, esse momento, e humildemente peço à população: vamos respeitar a ciência, o que deu certo no mundo inteiro. Não há outro caminho", completou.

Questionado se a prefeitura errou ao iniciar a flexibilização do comércio, em 25 de maio, Kalil disse que aproveitou "uma janela" naquele momento, quando a cidade contabilizava 1.444 casos e 42 óbitos confirmados por Covid-19. Neste domingo (28), BH soma 5.087 casos da doença e 108 mortes, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).

"Nós demos uma oportunidade, aproveitamos uma janela, que não foi aproveitada pela população. É muito importante que todo mundo saiba que ninguém morreu por falta de atendimento e leito de UTI, por falta de médico, enfermeiro ou intensivista", ressaltou Kalil.

O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, disse que a prefeitura não errou em flexibilizar, uma vez que os indicadores da época permitiam isso. Segundo ele, o aumento na ocupação de leitos de UTI e enfermaria foi um dos principais fatores para o município fechar novamente o comércio.

"O que a gente observa não é apenas um aumento do número de casos, há um aumento da gravidade dos casos. E a história da doença nos mostra que as pessoas que estão em enfermaria, às vezes, pioram o estado de saúde rapidamente e demandam CTI", afirmou o secretário. De acordo com Machado, se necessário, a prefeitura pode criar 227 leitos de CTI e 263 de enfermaria em julho, a depender da disponibilidade de novos respiradores.

"Pessoas jovens e fortes estão morrendo", afirma infectologista

O infectologista Estevão Urbano, membro do comitê de enfrentamento da pandemia estabelecido na Prefeitura de Belo Horizonte, ressaltou que a experiência tem apontado que pessoas jovens e fortes podem desenvolver formas graves de Covid-19 e, inclusive, morrer pela doença.

"Eu particularmente tenho tido uma experiência grande no tratamento de casos de Covid-19. Pessoas jovens, fortes, fisicamente adequadas estão adoecendo e morrendo, não há garantias. Acreditem que a pandemia existe, que o vírus está aí e que todos nós somos grupos de risco", afirmou Urbano.

Segundo o especialista, o vírus "explode exponencialmente" em reuniões demoradas. "Uma festa, um churrasco, uma reunião contaminam 80% das pessoas naquele ambiente em horas", disse.

Da redação com OT/IT



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