A oito dias da data estimada para o pico da pandemia de coronavírus em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) declarou que o número de infectados ultrapassou a marca de 60 mil e beira, em realidade, 61 mil. Balanço publicado nesta terça-feira (7) aponta que 60.897 moradores do Estado testaram positivo para a Covid-19 desde o mês de março, sendo que mais de 21 mil destes casos ainda estão em acompanhamento pelo órgão – significa que os pacientes ainda não estão curados. Apenas entre segunda-feira (6) e esta manhã, a Saúde confirmou mais de 1.200 casos recentes da doença.
O número de mortes confirmadas nas últimas 24 horas também é elevado. Cinquenta e dois óbitos que ainda não constavam na estatística estadual entraram para a lista nesta manhã, somando 1.282 mortes ocorridas em pacientes infectados com o coronavírus em Minas Gerais. As mortes aconteceram em 276 municípios mineiros, sendo Belo Horizonte a cidade com o maior número até o momento – 188 moradores da capital morreram em decorrência da Covid-19. A quantidade também é elevada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde 122 mortes foram registradas.
Com a aproximação do pico, estimado para acontecer em 15 de julho quando são esperadas mais de 2.500 internações em leitos de UTI e enfermaria por Covid-19, o número de casos cresce em ritmo acelerado, principalmente se comparado com os números existentes há um mês. Segundo estatística da própria Secretária de Saúde, Minas Gerais confirmou a existência de 15.703 infectados até a data de 7 de julho.
O número praticamente quadruplicou em apenas 30 dias com uma média de 1.506 novos registros por dia. Cenário semelhante aconteceu também em relação à quantidade de óbitos confirmados. Há um mês eram 376 mortes causadas pelo coronavírus, cerca de três vezes menos que as confirmadas até esta terça-feira. Significa que o Estado detectou em média 30 novos óbitos por dia.
Interiorização
A pandemia de coronavírus se alastrou por 734 municípios de Minas Gerais até o momento, causando mortes em 276 deles. Em apenas 119 cidades do Estado ainda não há casos de Covid-19. A doença atacou principalmente Belo Horizonte, Contagem, Ipatinga, Governador Valadares, Juiz de Fora e Uberlândia, municípios que já somam mais de mil casos.
A situação é especialmente drástica na capital mineira e na cidade do Triângulo Mineiro. Na primeira há mais de 8.000 moradores infectados, enquanto na segunda são 7.737 até esta terça. Teófilo Otoni e Muriaé aproximam-se da marca que 1.000 casos que pode ser atingida nos próximos dias se mantida a tendência constatada nas últimas semanas.
Internação
Estatística contida no relatório diário da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) indica que 6.973 moradores de Minas Gerais infectados pelo coronavírus precisaram de internação hospitalar nas redes pública e particular desde o começo da pandemia. Além disso, a pasta constatou um aumento de 883% nas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) se comparadas as semanas dos sete primeiros meses de 2019 e de 2020.
A elevada demanda por leitos de UTI e de enfermaria capacitados para tratamento da síndrome e de casos suspeitos ou confirmados de coronavírus é uma preocupação em muitas regiões do Estado. Em Belo Horizonte, por exemplo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes Covid-19 está em 91% mesmo após o incremento recente da rede. A taxa também está elevada nas enfermarias, onde 72% dos leitos estão ocupados. O nível de alerta geral é vermelho.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, 733 pacientes estão internados em leitos de UTI de Minas Gerais em decorrência da Covid-19 ou com suspeita da doença. O número é mais que o dobro em relação aos leitos de enfermaria. Ainda segundo ele, o Hospital de Campanha montado no Expominas, em Belo Horizonte, será aberto antes do pico da pandemia com a liberação de 768 leitos – sendo 740 de enfermaria e 28 para estabilização.
Com O Tempo