Bombeiros que realizam buscas pelos 11 desaparecidos da tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho encontraram na noite dessa terça-feira (1) uma picape que estava sendo procurada desde o primeiro dia. A expectativa é que haja corpos em suas imediações.
Ao todo, 270 pessoas morreram no colapso, que aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019. No momento do rompimento, imagens de câmeras da mineradora flagraram o veículo na crista da estrutura. Veja:
Segundo o Corpo de Bombeiros, devido à profundidade e a espessa camada de rejeitos que se encontra sobre a caminhonete, as equipes devem adentrar a madrugada, realizando os trabalhos no local. “Já foi montada uma estrutura de iluminação artificial no ponto para que isso seja possível”, informou a corporação.
De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, essa descoberta foi dada graças ao intenso estudo feito durante a interrupção dos trabalhos pela pandemia. “A localização dela é muito importante, pois uma das joias (vítimas) que permanecem desaparecidas estava próxima a esse veículo no momento do rompimento. Portanto, a localização do veículo aumenta exponencialmente as possibilidades de essa joia ser encontrada”, explicou.
“Durante o período em que a operação ficou temporariamente suspensa, devido à pandemia da Covid-19, todos os trabalhos de inteligência e planejamento de buscas continuaram, e o resultado disso é que hoje, com menos de uma semana da retomada das buscas, já foi feita essa localização tão importante”, concluiu.
Volta aos trabalhos
Desde 25 de janeiro de 2019, quando 270 pessoas foram soterradas pelo mar de rejeitos da mineradora Vale, 259 corpos foram encontrados. A expectativa, segundo o comandante da operação, coronel Alexandre Gomes Rodrigues, é conseguir encontrar o restante das vítimas até meados de novembro. “Pretendemos encerrar esta ocorrência ainda no período de estiagem, obviamente, com o encontro das 11 pessoas desaparecidas”, afirmou o militar.
Enquanto as buscas estavam suspensas, devido à pandemia de coronavírus, os rejeitos foram drenados pela mineradora Vale, o que, conforme os bombeiros, deve dar celeridade às buscas. “Hoje, o militar retorna com o terreno seco, propício para as buscas serem feitas no local, sem necessidade de o material ser levado para outra área e só depois ser vasculhado, como ocorria anteriormente”, explica o coronel.
A partir de agora, os bombeiros atuam em seis grandes frentes de trabalho dentro da mina. “Foi feito um estudo probabilístico de onde as vítimas podem ser encontradas. Por ter maior probabilidade de encontro, elegemos seis frentes prioritárias chamadas de áreas de remanso, próximo à pousada e ao pontilhão”, detalhou Rodrigues.
Com O Tempo