As campanhas de vacinação contra a poliomielite, sarampo e de multivacinação foram prorrogadas para até o dia 20 de novembro, em todo o estado de Minas Gerais.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, o Ministério da Saúde deixou a decisão livre para cada estado sobre qual estratégia adotar, a partir da análise epidemiológica local, e o governo de Minas decidiu prorrogar a campanha.
Como o G1 informou nesta quarta-feira (28), menos da metade das crianças que são alvo da campanha (46,8%) tinham se vacinado em todo o estado, segundo o balanço mais recente. Na capital, a cobertura vacinal estava ainda mais preocupante: apenas 36,9% das crianças de menos de 5 anos tinham se vacinado contra a pólio em Belo Horizonte. Nesta quinta, o percentual foi atualizado para 41%, ainda bem abaixo do esperado.
Nacionalmente, a campanha de vacinação contra a poliomelite e de atualização da caderneta de crianças e adolescentes de zero a 14 anos se encerra nesta sexta-feira, 30 de outubro. O Ministério da Saúde divulgou, na última segunda-feira (26), que 7,3 milhões de crianças ainda não tinham se vacinado no Brasil, de um total esperado de 11,2 milhões.
Entre o público-alvo da vacinação (crianças de 1 a menores de 5 anos), a maior cobertura, até aquele dia, tinha sido registrada entre as crianças de 2 anos de idade (35,33%) e a menor cobertura estava entre as crianças de 3 anos (apenas 34,23%).
É importante lembrar que não existe tratamento para a poliomielite e a única forma de prevenção é a vacinação (saiba mais sobre a poliomelite ao final do texto). A vacina é extremamente segura e possui eficácia entre 90% e 95% para a doença, ressalta o Ministério da Saúde.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, as baixas coberturas vacinais têm graves consequências quando o assunto é saúde pública.
“Entre os anos de 2017 e 2019, o estado enfrentou epidemia de febre amarela e surto de sarampo, respectivamente, em decorrência das baixas coberturas registradas”, disse a pasta.
Como vacinar seu filho
A vacinação é realizada em todos os centros de saúde de Belo Horizonte. Os endereços e horários de funcionamento das unidades podem ser acessados no site da prefeitura.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a expectativa é vacinar cerca de 109 mil crianças contra a pólio. Até o momento, 45 mil crianças foram vacinadas, o que representa 41% de cobertura.
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, os pais e responsáveis pela criança ou adolescente que não tiverem a caderneta de vacinação precisam informar a situação no posto de saúde próximo à casa onde moram para que os agentes façam outra caderneta e atualizem os dados.
Caso não haja registro, a orientação é fazer a vacinação de toda forma. Falta da caderneta ou do cadastro não impedem que a criança ou adolescente sejam imunizados.
Vacinação de adultos
No caso da vacina contra o sarampo, em BH, a cobertura vacinal do público-alvo está em torno de 10%. O alvo desta campanha são os adultos, com idade entre 20 e 49 anos de idade. A população a ser vacinada é de cerca de 1,1 milhão e, até o dia 27 de outubro, 119 mil tinham recebido a dose.
Mesmo quem está com o cartão em dia pode ser imunizado, diz a Secretaria Municipal de Saúde.
Veja quais vacinas estão disponíveis para atualização das cadernetas das crianças e adolescentes:
– BCG
– Pentavalente
– Rotavírus
– Hepatite A
– Hepatite B
– Meningo C
– Meningo ACWY
– Pneumo 10
– Tríplice Bacteriana
– Tríplice Viral
– Varicela
– Febre Amarela
– HPV, Dupla Adulto
– Tríplice Bacteriana tipo Adulto
– O risco de a pólio voltar
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
O Brasil está livre da poliomielite desde 1990 e, em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território.
Entretanto, ainda existem países endêmicos detectando casos da doença. Por isso, a vacinação é fundamental para que casos de paralisia infantil não voltem a ser registrados no Brasil.
Com G1