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Grupo de manifestantes protesta em frente a Carrefour no Centro de BH e cobra justiça pela morte de João Beto

Um grupo de manifestantes protesta, desde as 15h desta sexta-feira (20), no Centro de Belo Horizonte, contra a morte de João Alberto Freitas, o João Beto, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Manifestantes pintaram vitrine de loja do Carrefour em BH de vermelho, simulando sangue/ Foto: Willian Augusto / DivulgaçãoManifestantes pintaram vitrine de loja do Carrefour em BH de vermelho, simulando sangue/ Foto: Willian Augusto / Divulgação

De acordo com a Polícia Militar (PM) o homem foi espancado até a morte por funcionários de uma empresa terceirizada, que cuida da segurança da rede de supermercados. As agressões começaram após o cliente, que estava fazendo compras com a esposa, discutir com uma funcionária do supermercado.

Dez minutos após o início do protesto, as portas do Carrefour da avenida Afonso Pena esquina com rua Guajajaras, que estavam abertas, foram fechadas. Por volta de 15h30, já havia cerca de 100 pessoas no ato.

O ato tem como slogan "Nossas vidas importam! Parem de nos Matar!" e acontece no Dia da Consciência Negra. O protesto, organizado pelo Núcleo Rosa Egípciaca Negros, Negras e Indígenas, ganhou adesão de pelo menos 14 movimentos sociais de Belo Horizonte e partidos políticos. O rapper Djonga está entre os manifestantes.

"Isso não é um caso isolado. Isso acontece todo dia desde que o Brasil é Brasil. Hoje era pra ser um dia de celebração e a gente acorda com uma notícias dessas", disse Djonga ao G1.

Ele também comentou a nota enviada pelo Carrefour após a morte de João Beto:

"Se eles achassem que o que aconteceu fosse errado mesmo eles mudariam, mas os casos se repetem. Eles gastam rios de dinheiro com marketing de inclusão, mas, na prática, a gente vê que o discurso é outro", disse.

Por volta de 16h, os manifestantes seguiam em direção a outra loja do Carrefour, na rua São Paulo.

Ao chegar a esta loja do Carrefour, os manifestantes decidiram entrar lá dentro, por volta de 16h30, com gritos de guerra como "Não consigo respirar. Parem de nos matar":

Essa loja, que fica dentro do shopping Cidade, estava aberta no momento em que os manifestantes entraram. Eles ficaram lá dentro cerca de 20 minutos. A Polícia Militar se manteve do lado de fora.

Por volta de 17h, os manifestantes se deslocaram para a Praça Sete. Por fim, foram até um Carrefour no bairro Floresta, onde colocaram fogo num pano com a marca do supermercado e pintaram a porta da frente de vermelho. O protesto, que foi pacífico do início ao fim, terminou às 17h40.

De acordo com Luiza Datas, coordenadora-geral DCE UFMG e membro do Núcleo Rosa Egípciaca, o protesto é um ato simbólico, com intervenções políticas pacíficas e palavras de ordem denunciando o genocídio da população negra e o racismo estrutural.

O Shopping Cidade, onde ocorreu parte da manifestação, declarou que "respeita qualquer tipo de manifestação e movimento social, mas sempre tem a preocupação – ainda mais em tempos de pandemia – que isso seja feito da forma correta, respeitando os protocolos e a integridade física do empreendimento e de todos".

O Carrefour informou, em nota, que lamenta profundamente o caso, que iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente.

A rede, que atribuiu a agressão a seguranças, também chamou o ato de criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a Vector, empresa de segurança que responde pelos funcionários agressores. (Veja a íntegra da nota ao final da reportagem).

Veja a íntegra da nota do Carrefour

O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.

O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.

 Com G1 MG



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