Após o Governo de Minas anunciar o aumento do preço de referência do combustível no Estado a partir da próxima quinta-feira (1º), o secretário de Estado, Igor Eto, irá se reunir com o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) na próxima segunda-feira (29), na Cidade Administrativa, para mais uma rodada de negociação com a categoria.
No último mês, os tanqueiros paralisaram as atividades por quase dois dias no Estado em protesto ao alto valor do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado sobre o óleo diesel no Estado. Atualmente, a alíquota do ICMS do diesel em Minas é de 15% e a batalha do sindicato é voltá-la para 12%, mesmo índice que era cobrado até 2011.
“Demos um voto de confiança ao governo e suspendemos a paralisação, que em poucas horas resultou no desabastecimento e de longas filas em postos de BH e de cidades do interior. Esperamos que na próxima reunião o governo atenda à nossa reivindicação o mais breve possível, pois os transportadores continuam mobilizados e, se necessário, prontos a parar novamente, por tempo indeterminado”, afirmou o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes.
Segundo ele, a notícia do aumento do preço de referência do combustível no Estado, que serve de base para o cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), foi uma surpresa uma vez que a entidade já vinha se reunindo com o governo para discutir a redução do preço do ICMS.
Na prática, com a nova mudança, a partir da próxima semana, o governo de Minas vai arrecadar mais dentro do valor cobrado pela gasolina nos postos. Consequentemente, o valor final também sofrerá mudanças no bolso do consumidor. O aumento ocorreu em função de uma atualização dos preços dos combustíveis, que mesmo com a redução anunciada nos últimos dias pela Petrobras está mais alta do que o preço médio anterior utilizado pelo governo do Estado.
“Com os sucessivos aumentos no preço do combustível nos últimos meses, a concorrência com os estados vizinhos, onde o ICMS é menor, e a redução da demanda por transporte decorrente da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a situação dos transportadores de Minas chegou a um nível insustentável. Por isso, pedimos ajuda ao governo para evitar uma quebradeira no setor”, pontua Gomes.
Procurado, o governo de Minas se limitou a confirmar a reunião. Segundo o Minaspetro, entidade que representa os postos, com a mudança, o preço de referência na gasolina considerado pelo Estado passará de R$ 5,18 para R$ 5,94, sofrendo um reajuste de 14,6%. No caso do diesel, o valor referência terá acréscimo de 8,9%, passando para R$ 4,44. Já o valor do etanol aumentará 26,4%, para R$ 4,33.
Com O Tempo