Na Guaicurus, rua da zona boêmia de Belo Horizonte, profissionais do sexo protestaram na manhã desta segunda-feira (5) por inclusão nos grupos prioritários que estão recebendo vacinas contra a Covid-19. Elas pedem ao Ministério da Saúde e à prefeitura pela chance de já se imunizarem.
Cerca de três mulheres cis e trans trabalham nos hotéis da zona boêmia. Eles estão proibidos de funcionar, desde o dia 17 de março, com a implementação da “onda roxa” que estabeleceu medidas mais restritivas no estado para conter o avanço da Covid-19. Por causa disso, muitas estão se arriscando nas ruas para trabalhar.
Na tentativa de chamar a atenção do poder público para inclusão nos grupos prioritários, quase duas mil prostitutas de Belo Horizonte paralisaram suas atividades na semana passada.
“Nossa profissão é de risco. Muitas estão afastadas com medo”, disse a presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), Cida Vieira.
Segundo Cida, a vacina é fundamental para que elas possam voltar ao trabalho com segurança.
“A sociedade hipócrita precisa dos nossos serviços, mas nos repele. Muito preconceito e estigma. O que aumentou com a pandemia”, disse ela.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que “segue as orientações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde. O município não tem autonomia para alterar as ordens de público prioritário indicadas pelo Ministério da Saúde, tendo assim que seguir as regras informadas para a imunização”.
Benefício e doações
Muitas profissionais do sexo tinham conseguido o auxílio emergencial de R$ 600 no ano passado. Agora, elas tentam receber o novo benefício, menos da metade do disponibilizado no ano passado.
A Aprosmig está recebendo doações de cestas básicas, materiais de higiene pessoal e fraldas.
Outras informações pelo telefone: (31) 99723-8325.
Com G1