Atendente chamado de 'demônio' por supervisor vai receber indenização de R$ 2 mil
Um ex-funcionário de uma empresa de telemarketing em Belo Horizonte vai receber R$ 2 mil de indenização por danos morais. Ele teria sido chamado de "demônio" e "capeta" pelo supervisor por não cumprir as metas da empresa. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A vítima, de 24 anos, disse que foi contratada para a função de teleatendente e que, por mais de um ano, sofreu perseguição e assédio pelo supervisor quando não batia as metas estabelecidas pela empresa.
Além disso, acusou o supervisor de proibir o uso do banheiro em determinados períodos do dia. Uma testemunha ouvida no processo contou que outras pessoas pediram demissão por sofrerem também com assédio moral pelo mesmo supervisor.
'Caráter pedagógico'
O juiz Renato de Paula Amado disse que o valor teve como base não só o dano sofrido e a capacidade econômica da empresa, mas também o caráter pedagógico.
“Entendo que o dano moral sofrido é bastante claro, uma vez que o autor suportou constrangimentos em razão da postura culposa da empresa. É preciso evitar que atitudes dessa natureza se tornem constante nas relações de trabalho”, disse Amado.
A empresa Almaviva negou os fatos relatados e entrou com recurso, mas o valor da indenização foi mantido pelos julgadores da Oitava Turma do TRT. Os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) também negaram o recurso.
A reportagem tentou contato com o advogado da empresa por telefone, sem sucesso, e com a empresa, por e-mail, e aguarda retorno.
Com G1