Alguns postos de gasolina em Belo Horizonte e Contagem ficaram sem o combustível já no início da tarde deste feriado de 7 de setembro. A paralisação, por tempo indeterminado, dos motoristas que transportam combustíveis foi anunciada nessa segunda-feira (6) pelo presidente do Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes.
O dirigente sindical afirmou que “a adesão ao movimento foi total e amanhã continua”. Uma concentração de tanqueiros foi marcada para a manhã desta quarta-feira (8), na porta da Refinaria Gabriel Passos, em Betim. Ainda não há registros de grande movimentação pela procura de gasolina em Belo Horizonte.
De acordo com o frentista de um posto na região do Prado, que não foi autorizado a se identificar, a gasolina comum acabou por volta do meio-dia e a premium duas horas depois. O motorista de aplitcativo Saulo Rodrigues contou que procurou abastecer, assim que soube da possibilidade de greve de tanqueiros. “Não encontrei mais gasolina neste posto e a alternativa foi o álcool.”
Segundo o funcionário do estabelecimento, houve um “certo movimento” pela manhã e alguns clientes também disseram temer uma corrida aos postos e aumento do preço da gasolina. “Teve até uma empresa que mandou seus carros para encher o tanque.” Também na região do Água Branca, em Contagem, os motoristas não encontraram o combustível já na tarde desta terça-feira.
O caixa do posto ALE São José, na região da Savassi, Gustavo Gomes Gil, disse que os reservatórios foram abastecidos no domingo (5/9) e que ainda há combustível suficiente para mais dois dias, até quinta-feira (9). São dois tanques de 30 mil e 15 mil litros.
Mesmo diante do anúncio da paralisação, ele não notou aumento de procura de clientes em busca de encher o tanque. “O maior movimento foi mesmo pela manhã, devido à manifestação que acontecia na Praça da Liberdade e que fica muito próximo do nosso estabelecimento.” Na parte da tarde, segundo ele, o movimento foi fraco, típico de feriado.
No Dia da Independência, de carreata com centenas de carros, motos e caminhões percorrendo as ruas de BH, houve movimentação por abastecimento na Zona Sul e Pampulha, áreas de concentração dos manifestantes bolsonaristas. Mas sem relação aparente com a possibilidade de falta de gasolina ou álcool diante probabilidade da greve dos tanqueiros se estender.
Ovídio Matos disse que se dirigiu ao posto de combustíveis porque “precisava abastecer mesmo”. Diante da possibilidade de uma greve por longo prazo respondeu: “Não estou nem aí, se houver, fico em casa”.
O movimento grevista reivindica redução do ICMS, por parte do governo de Minas Gerais.
Irani Gomes, do Sinditanques-MG, atribui o preço alto nas bombas ao índice desse imposto estadual e quer uma resposta positiva do governador Romeu Zema (Novo) no sentido de redução.
O governo do Estado diz que as alíquotas não passaram por alterações recentemente. Segundo o Executivo, as últimas alterações foram em janeiro de 2018 (o imposto sobre a gasolina passou de 29% para 31% e sobre o etanol, de 14% para 16%) e em janeiro de 2012 (o ICMS do diesel saltou de 12% para 15%).
Com Estado de Minas