Quase 2 milhões de pessoas podem estar com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 atrasada em Minas Gerais. A informação foi dada pelo secretário estadual de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, em entrevista à CBN nesta terça-feira (5).
Baccheretti disse que, no sistema da pasta, são 1,8 milhão de mineiros que ainda estão com a segunda dose pendente. O secretário destacou que parte desse grupo pode ser apenas referente a um atraso das prefeituras na atualização dos dados no painel, mas que o dado preocupa muito os especialistas do governo.
“O que nós estamos vendo é as pessoas não buscando a segunda [dose]. Então vale o alerta: se teve alguma febre, algum incômodo com a primeira dose, isso não é nada perto da doença. A doença realmente é muito mais grave do que qualquer efeito adverso com qualquer vacina. Então aqueles que estão aí nos ouvindo de novo, se chegou a hora da segunda dose, busque, porque a imunidade se dá com duas doses. Diferentemente da Janssen, que é dose única, a imunidade só acontece com duas doses”, disse o secretário de Saúde.
Imunidade de rebanho
A Secretaria Estadual de Saúde havia estimado que, em outubro, a imunidade de rebanho fosse atingida, com pelo menos 70% da população vacinados com as duas doses. Segundo Fábio Baccheretti, esse atraso do ciclo vacinal pode comprometer esse prazo.
“Essa não adesão certamente pode comprometer essa expectativa. A gente calculando até oito semanas, que é a dose máxima, considerando que AstraZeneca praticamente não foi dada em setembro como primeira dose, a gente continua aí com a expectativa de outubro para novembro a gente atingir a imunidade de rebanho, com 70% a 80% de toda a população imunizada com duas doses. É a nossa expectativa, a gente está muito confiante nesse dado, mas certamente é importante essa adesão e a busca da segunda dose toda população”.
Para tentar acelerar o processo de imunização da população, o governo de Minas emitiu uma orientação para que todas as cidades do estado façam a antecipação da segunda dose da vacina da Pfizer, de 3 para 2 meses. Na prática, quem já recebeu a primeira dose do imunizante pode receber a D2 quatro semanas antes do prazo anotado na carteira de vacinação.
Fabio Baccheretti ressalta que a medida, porém, precisa ser acompanhada em cada prefeitura, já que as cidades têm autonomia em relação ao calendário vacinal.
“A deliberação já permite, mas o município é que faz o controle da vacinação. O município faz o seu calendário vacinal e ele precisa convocar para esse momento. Isso pode acontecer no intervalo entre 2 e 3 meses, ou muito próximo dos dois meses, mas ele tem que aguardar o município convocar, porque o município faz a gestão da dose. Às vezes o município fica priorizando ainda terminar o reforço antes de adiantar a segunda dose”.
Em Belo Horizonte, a prefeitura informou que aguarda novas doses para anunciar qualquer antecipação da segunda dose da Pfizer.
Segundo o vacinômetro do governo de Minas, até esta terça-feira, 70% de toda a população mineira já havia recebido a primeira dose. Já o público totalmente imunizado está na casa de 41%.
Com G1