Na coletiva de imprensa da Polícia Civil de Divinópolis na última sexta-feira (08), para apresentar o laudo pericial sobre a morte do segurança Edson Carlos Ribeiro, agredido por Pedro Lacerda, o delegado Flávio Destro, chefe do 7º Departamento pontuou a reportagem sobre as críticas direcionadas à Policia Civil nas redes sociais durante as transmissões realizadas pela internet. Os comentários começaram a partir do momento em que os perítos apontaram como causa da morte de Edson, ele ter tido um mal súbito no coração.
O delegado Flávio Destro destaca qual o papel da Polícia Civil e pede que haja responsabilidade nas críticas feitas a instituição e as pessoas que lá trabalham. “A primeira coisa que eu gostaria de esclarecer é que a Polícia Civil é uma instituição de Estado e pública, cujo o papel é a investigação de crimes no estado de Minas Gerais. Então as pessoas precisam ter um pouco mais de cuidado, porque a crítica, quando ela é construtiva, ela é válida e ela é bem-vinda. Agora a crítica maldosa. A acusação de fatos que não se provam caracterizam crime.”, destacou.
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Flávio ressalta por quais crimes as pessoas podem responder. “Nós estamos falando de fake news, calúnia, difamação e injúria. Ainda que feitas pela internet, esses crimes são passíveis de investigação e de punição.”, ressaltou.
O delegado chefe da PC em Divinópolis salienta que a Polícia não trabalha com boatos e sim com diligências baseadas nos trabalhos periciais. “As pessoas precisam entender que a Polícia Civil é técnica. Todos os profissionais são técnicos e trabalham com independência. Os resultados que foram apresentados hoje representam a verdade do que aconteceu. A Polícia Civil não inventa nada. A Polícia Civil não tem bola de cristal. Nós não achamos nada. A Polícia Civil investiga e apresenta ao Judiciário o resultado dessa investigação.”, salientou.
O delegado Flávio então descreve sobre os rumores iniciais a respeito do ocorrido e como a disseminação de tais entendimentos mobilizaram a opinião pública. “Criou-se algumas narrativas em torno desse caso, que talvez tenha levado parte do público, das pessoas, a esperarem um resultado diferente dessas investigações. Mas a Polícia Civil, repito. Ela não inventa nada. Ela apura e traz a tona aquilo que aconteceu. Então a perícia, o laudo pericial, está dentro do inquérito. Não foi invenção de ninguém. A não utilização do soco inglês está comprovada através das provas periciais e das provas testemunhais. A Polícia Civil não inventou essa história. A Polícia Civil foi provocada. E a partir do momento que ela tomou conhecimento do crime ela iniciou o seu trabalho. Repito. Trabalho técnico, imparcial e responsável.”, descreveu.
Destro volta a questão das críticas recebidas. “Portanto, nós estamos sim sujeitos a críticas, como toda instituição pública está. Mas que sejam críticas construtivas e que as pessoas possam contribuir com o aperfeiçoamento dos trabalhos da Polícia Civil. Toda crítica construtiva que venha para acrescentar algo de bom, ela sempre será bem-vinda. Então as pessoas precisam tomar cuidado e evitar ataques pessoais. Pessoas que não conhecem os profissionais que atuaram no caso. E também que evitem atacar a instituição. As pessoas precisam respeitar a Polícia Civil. Se vierem a criticar que sejam críticas construtivas, que nos auxiliem a melhorar a realização do nosso serviço. E que críticas infundadas, críticas maldosas, maliciosas e as vezes até criminosas podem ser investigadas e eventualmente punidas. Isso que gostaríamos de acrescentar nesse contexto todo da coletiva de hoje.”, concluiu o delegado.
Como fica a situação do Pedro Lacerda
Em razão dos fatos iniciais, Pedro Lacerda teve a prisão preventiva decretada pelo juiz da 2ª Vara Criminal, Mauro Riuji Yamane, um dia após o ocorrido, após uma audiência de custódia no Fórum de Divinópolis. O autor da agressão foi encaminhado ao Presídio Floramar, onde ainda se encontra, conforme apurado.
Com a reviravolta no caso, o advogado de Pedro, William Gomes Melo solicitou a revisão da decisão na Justiça e pede a soltura do cliente, mas ainda aguarda o parecer do judiciário. O encaminhamento da denúncia e a sequência dos trâmites penais continuam a correr. Segundo os delegados, não está descartada a hipótese a revisão judicial para uma denúncia por agressão leve, o que pode deixar a pena mais leve.