Uma empresária foi estuprada enquanto trabalhava na própria loja, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, nessa quinta-feira (11). O suspeito se passou por cliente, fingiu estar interessado em comprar uma roupa e violentou Fernanda Aparecida Silva. À reportagem, ela conta que está fazendo uso de remédios diante da violência sofrida. Procurada a Polícia Civil explica, por meio de nota (veja a íntegra abaixo), que instaurou inquérito para investigar o caso.
O crime foi praticado à luz do dia, por volta das 10h. “Ele chegou na loja como qualquer outro cliente e pediu para ver camisetas masculinas”, relata Fernanda. No momento em que o homem entrou no estabelecimento, a empresária separava algumas peças para postar nas redes sociais.
“Mostrei pra ele as camisetas e ele começou a olhar em redor da loja e me fazer umas perguntas idiotas. De repente, mandou eu ir para o provador”, diz. Fernanda conta que jamais pensava que seria alvo de um crime sexual, mas sim assaltada.
O homem só parou após a vítima ter dado um murro no peito dele. “Falei: ‘Sai daqui seu nojento, senão vou gritar’. Ele saiu e chamei a polícia”. Imagens do circuito de segurança registraram a presença do suspeito na loja e o momento em que ele obriga Fernanda a entrar em um dos provadores da loja.
Outra vítima
A denúncia de Fernanda encorajou uma outra mulher a denunciar o mesmo homem. “Depois do meu relato, uma moça que trabalha próxima da minha loja também disse que foi abusada pela mesma pessoa nesta semana”.
Em vídeo postado nas redes sociais, a empresária relatou todo o drama vivido. Ela comentou nunca ter visto o suspeito. “Pessoas aqui da região também disseram que nunca viram ele por aqui”.
‘Medo’
Desde que sofreu o estupro, Fernanda está medicada. “Eu tô a base de remédio para aguentar. Foi uma cena muito terrível. Fiquei em choque e estou com medo”, relata a dona da loja de roupas.
A polícia fez buscas na região, mas não conseguiu localizar o suspeito. Um boletim de ocorrências foi registrado pela vítima.
Nota da Polícia Civil na íntegra
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou Inquérito Policial para apurar o crime de estupro ocorrido na cidade de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas, na quinta-feira (11/11). A equipe da Delegacia de Santa Rita do Sapucaí iniciou as diligências e procedimentos para identificar o suspeito e tomar as medidas cabíveis. Mais informações em momento oportuno”.
Crime sexual
O crime de estupro é previsto no art. 213, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.
O art. 217A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de 8 a 15 anos.
Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, e é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência. O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticá-lo poderá pegar de um a 5 anos de prisão.
Onde conseguir ajuda?
Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:
Aplicativo MG Mulher
Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.
Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.
Com Polícia Civil
Da Redação com BHAZ