O turismo se torna mais enriquecedor quando consegue aliar diferentes atividades em uma região. É com essa premissa que Minas Gerais oferece opções que aliam cultura, cozinha genuína, história, bem-estar e contato com a natureza em roteiros preparados por empresas que fazem parte do Programa Minas Recebe, fomentado pelo governo estadual, facilitando a experiência dos visitantes.
O programa confirma a vocação para o ecoturismo do Estado, a ponto de 105 dos 436 roteiros cadastrados neste ano terem a natureza como segmento predominante, ainda que em consonância com outras atividades.
Uma das opções de ecoturismo é a expedição ao Pico do Itacolomi, que dá nome ao parque em Ouro Preto, caracterizado pela transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica. São 12 quilômetros até a chegada ao ponto mais alto do parque, com 1.772 metros. Já o Pico do Itambé, ainda mais alto – 2.052 metros -, pode ser acessado no parque estadual que leva seu nome, sendo o local culminante da Serra do Espinhaço e tendo rochas de composição quartzítica. E um dos roteiros de caminhada do Parque Estadual de Ibitipoca, o Janela do Céu, oferece visita a dois picos, três grutas e uma cachoeira, em um trajeto de 16 quilômetros de ida e volta.
Minas conta, também, com o Parque Nacional da Serra da Canastra, um dos mais importantes do Cerrado, com campos limpos, cerrado e cerradão, ofertando a possibilidade de acompanhar a vida selvagem, além da visitação a diversas cachoeiras.
Já o roteiro Cipó/Tabuleiro possui as cachoeiras Tabuleiro e Grande, localizadas na Serra do Espinhaço, a única cordilheira do Brasil classificada como reserva da biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “A Tabuleiro tem a terceira maior queda d’água do Brasil, com 273 metros”, relembra o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
Essa exuberância da natureza também torna Minas Gerais a principal opção de cicloturismo do País, com um terço das rotas para essa atividade em solo nacional sendo do Estado ou ao menos passando por ele, de acordo com o Observatório do Cicloturismo Brasileiro. Pela Estrada Real, por exemplo, são quatro possibilidades de roteiro: os caminhos dos Diamantes, Novo, Velho e de Sabarabuçu.
O Circuito Serras Verdes abrange 20 municípios dessa região do sul do Estado, com três opções de caminhos. Já a Rota do Vulcão percorre paisagens rurais no entorno da borda do vulcão que margeia Poços de Caldas. Há, ainda, o Caminho da Luz, a Volta das Transições, o Ciclo Jacutinga, a Rota do Ferro e os Caminhos das Mantiqueiras, além da Rota do Queijo Artesanal do Triângulo Mineiro.
Muitos desses roteiros têm como premissa a realização de diferentes atividades turísticas em um único espaço, união que pode ser percebida na região do Circuito das Águas e da Serra da Mantiqueira, com opções gastronômicas em meio a atrações naturais. É assim, por exemplo, com a Rota Gourmet Alagoa, município onde se pode não só conhecer a produção de queijos e azeites, como ter acesso às cachoeiras de Baependi e ao turismo religioso, com a história da beata Nhá Chica. Isso em meio ao Circuito das Águas, com seus banhos termais e águas minerais, atrações de cidades como Caxambu, São Lourenço e Cambuquira.
Em Belo Horizonte, também é possível realizar roteiros que sintetizam várias opções turísticas. A cidade planejada, afinal, oferece as atrações do Circuito Liberdade, incluindo o palácio do governador, e do complexo arquitetônico da Lagoinha, declarado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, que a denominou, ainda, Cidade Criativa da Gastronomia, título que pode ser confirmado por quem realizar o roteiro Gastrô Belô ou o Circuito Gastronômico Mercado Central. “No Mercado Central, são vendidas 350 toneladas de queijo por mês”, relata Oliveira.
E há diversas opções no entorno da capital mineira, como o Instituto Inhotim, considerado o maior museu a céu aberto do mundo, em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, onde é possível fazer a Rota da Cachaça. Outra opção de roteiro envolvendo bebidas é o das cervejarias artesanais de Nova Lima, também nas proximidades de Belo Horizonte.
É ainda em Minas Gerais que se concentra parcela importante da arqueologia brasileira. Um tour para isso é o da Gruta do Maquiné, com sete salões acessíveis, pinturas rupestres e fósseis pré-históricos. Ela está localizada em Cordisburgo, terra de Guimarães Rosa, um dos maiores nomes da literatura mundial.
Opções turísticas em atividades intercaladas também são uma marca de Catas Altas, que faz parte da Serra do Espinhaço, onde é possível fazer trilhas e vislumbrar belezas naturais. A cidade também abriga o Santuário do Caraça, para o turismo religioso, e oferece o Circuito Primórdios da Cozinha Mineira.
“Temos que refletir que toda experiência turística é uma experiência cultural. A cultura é o único elemento capaz de promover uma experiência verdadeira na pessoa quando ela está em viagem”, conclui o secretário de Cultura e Turismo.
Com Estadão Viagem