O alerta continua no entorno da barragem da Usina do Carioca, em Pará de Minas, na Região Centro-Oeste do estado. Neste domingo (9), os moradores de comunidades abaixo da usina hidrelétrica tiveram que sair de casa diante do risco de rompimento da estrutura, afetada pelo grande volume de água ocasionado pelas chuvas.
Nesta segunda (10), em entrevista coletiva, o prefeito de Pará de Minas disse que uma das principais tarefas do dia é avaliar uma fratura em um duto da barragem.
O prefeito Elias Diniz (PSD) abriu entrevista coletiva desta manhã reforçando que a barragem não se rompeu e segue monitorada por equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, polícias civil e Militar e pela prefeitura da cidade. Foi montado um QG no centro da cidade para acompanhar a situação. Em seguida, ele deu um panorama da situação no local.
“No sábado foi previsto 70 milímetros de chuva, mas tivemos o dobro desse volume. Não só no perímetro urbano, mas nos nossos distritos e povoados. (No distrito de) Carioca nós temos uma contribuição de volume de água que envolve Itaúna, as barragens de Benfica e dos Britos. Essas duas barragens contribuem na chegada ali no Carioca. Esse volume foi muito expressivo. Há anos e anos que não se via tanta água como vimos neste final de semana”, explicou o prefeito.
Segundo ele, o grande volume de água fez a represa da usina transbordar e resultou em um dano. “Com isso, nas laterais começou a fazer erosão. O duto principal fraturou. Essa fratura, obviamente, estamos consultando com a equipe da Santanense (empresa responsável pela usina) para fazer em conjunto uma análise, pois a barragem em si está vertendo. Não temos condição de fazer uma análise visual, é impossível. Temos que fazer um estudo técnico, qual é a capacidade dela em termos de esforço mecânico. E, ao mesmo tempo, analisar a fratura junto ao duto que vai até o grupo gerador. O resultado disso será analisado agora pela manhã, pois na madrugada não tivemos condições de fazer uma análise mais perfeita. Outro procedimento que será feito agora na parte da manhã é a possibilidade de um sobrevoo na barragem para que a gente possa monitorar as laterais para ver se não existe um processo de ‘desbarrancar’ e levar as laterais, que é o que nos preocupa significativamente”, detalhou Elias Diniz.
Além da zona rural de Pará de Minas, um eventual rompimento da barragem pode afetar comunidades em Pitangui, Onça de Pitangui e Conceição do Pará, como Bom Jardim, Juazeiro, São João de Cima, Brumado, Varjão, Casquilho de Baixo, Casquilho de Cima e Velho da Taipa, conforme informações de uma fonte para o jornal Estado de Minas.
O prefeito de Pará de Minas disse que a Santanense apresentou o plano de segurança e o mapa da mancha de inundação caso a represa acabe cedendo. Desde ontem, uma força-tarefa se mobilizou para retirar os moradores dessas áreas, mas duas famílias ainda estão ilhadas em suas moradias. “Nós já estamos tomando providências, pois à noite e na madrugada não tivemos condições de passar porque as duas pontes, uma delas passando por dentro de Carioca, estão completamente inundadas. Não temos condições de fazer deslocamento nessas duas partes”, explicou.
Diniz informou que a prefeitura presta todo o suporte às famílias que tiveram que deixar os imóveis e se abrigar com parentes e montaram uma casa de acolhimento ao lado da igreja matriz: “Jamais tínhamos visto um volume tão expressivo de água e jamais aconteceu, em nossa região, um índice pluviométrico tão superior”, ressaltou o prefeito.
Da redação com Estado de Minas