A mãe de Mary Hellen Coelho Silva, mineira de Pouso Alegre presa na Tailândia por suspeita de tráfico internacional de drogas, morreu após lutar contra um câncer; ela tinha menos de 50 anos.
Segundo a advogada Talita Franco, que faz parte da equipe que defende a jovem, Mary Hellen ainda não recebeu a notícia da morte da mãe justamente pela dificuldade de contato. Os advogados ainda estão tentando um meio de avisá-la e já iniciaram conversas com a Samut Prakan Provincial Prison, onde a jovem está presa.
“Eles estão respondendo, mas a passos lentos. E com uma notícia tão delicada, exige até mesmo um certo preparo para que a Mary Hellen receba, entenda e não se sinta culpada pela situação. Estamos tentando uma ligação direta com a penitenciária, utilizando o inglês para as tratativas, mas ainda não obtivemos sucesso. Como disse o fuso horário atrapalha um pouco”, explicou a advogada.
O sepultamento de Thelma Coelho Silva foi às 16h dessa quarta-feira (13). “A Thelma lutou com todas as forças para tentar ver a filha. Estamos vendo a viabilidade e a possibilidade de que ela receba a notícia por meio da irmã, através de um telefonema ou vídeo chamada. Mas tudo isso é uma especulação, e um desejo, já solicitado para a embaixada”, completou.
Sem conseguir contato direto com a família e os advogados, Mary Hellen conseguiu apenas enviar uma carta à família no início deste mês de abril. A reportagem do Terra do Mandu entrou em contado com familiares, que confirmaram que a carta foi recebida. Na carta, escrita em inglês, Mary Hellen fala da saudade da família, que lembra de todos que estão no Brasil, que às vezes não consegue dormir. Ela ainda agradece aos amigos e familiares que tentam ajudá-la.
“Eu estou pensando muito no meu caso. Eu não conseguia dormir de noite porque me preocupo muito. Obrigada por se lembrarem de mim e agradeço aos meus amigos por tentarem me ajudar com os advogados. Eu vou cuidar de mim. Tenho aqui dois amigos para me ajudarem. Eu estou muito melhor agora, espero ver vocês o mais rápido possível”, diz um trecho.
“Manda um beijo ao meu avô e para minha avó. Lembro de todos vocês no Brasil. Mãe, eu amo você tanto e espero que você melhore logo. Um grande obrigado a todos do Brasil por me ajudarem. Estou muito feliz agora. Espero que minha família e todos os amigos me respondam. Me faz sentir muito feliz e sorrir todo dia. Vou sonhar com vocês todas as noites”, completa.
De acordo com os advogados, as cartas entre a jovem e os familiares estão sendo trocadas porque a superlotação nas prisões da Tailândia e a pandemia de COVID-19 estão dificultando a realização de chamadas de vídeo. Não há ainda informações de quem escreveu a carta para a jovem, mas possivelmente, segundo os adovgados, é algum funcionário da penitenciária que ajuda os presos.
“Até hoje a família não teve contato direto com ela. O contato é geralmente por e-mail e a resposta demora mais de 24 horas para chegar. Sempre dizem que estão fazendo o possível, mas não conseguimos avançar”, disse a advogada.
Da redação com Estado de Minas