O delegado R.H., que atirou e matou o motorista de caminhão de reboque A.C.M. após uma briga no trânsito em Belo Horizonte, foi preso neste sábado (30). A informação foi confirmada pelo chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Joaquim Francisco Neto e Silva.
Segundo Neto e Silva, o pedido de prisão cautelar foi feito pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
“A PC cumpriu mandado de prisão contra o delegado de polícia autor do crime de homicídio ocorrido na última terça-feira no centro de Belo Horizonte. O pedido de prisão cautelar foi feito ontem pela Corregedoria-Geral da PCMG e deferido pela Justiça”, afirmou o chefe da PCMG em uma rede social.
A Corregedoria-Geral indiciou o delegado pelo crime de homicídio qualificado e representou pela decretação da prisão preventiva. Já o Ministério Público e o poder judiciário entenderam ser o caso de decretação de prisão temporária com duração de 30 dias prorrogável por mais 30.
O crime
O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais Rafael Horácio é suspeito de matar o motorista de reboque Anderson Cândido Melo, na tarde desta terça-feira (26), na avenida do Contorno, altura do Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O Delegado e outro policial estavam em uma viatura descaracterizada.
No boletim de ocorrência (BO) consta que o delegado falou que se deslocava pelo viaduto no sentido bairro Barro Preto quando o motorista do caminhão o fechou por duas vezes e, mesmo depois de advertido, gerou perigo a terceiros. Segundo o delegado, de forma inesperada, o motorista de reboque jogou o veículo contra a traseira da viatura, o que causou danos.
Ainda segundo o BO, o delegado deixou a condução da viatura descaracterizada, se apresentou como policial e exigiu que Anderson se identificasse e saísse do veículo.
Neste momento, Rafael relatou que Anderson engatou a marcha e acelerou fortemente, motivos pelos quais ele sacou o revólver, determinando mais uma vez que Anderson descesse do caminhão, mas que ele não acatou e acelerou em direção ao delegado.
Rafael então atirou contra o para-brisa “para cessar a iminente agressão (possível esmagamento contra a mureta de concreto ou viatura descaracterizada)”.
O policial civil alegou ainda que o caminhão parou praticamente nas pernas dele, momento em que percebeu que Anderson foi baleado. Foi pedido socorro e feito contato com o Denarc solicitando apoio.
Ainda consta no documento que o delegado pediu a presença da PM para acompanhá-lo até o Departamento de Homicídios, que Anderson foi socorrido com vida e morreu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, depois de passar por uma cirurgia.
Da Redação com G1