Condenado a 51 anos de prisão por crimes de estupro, o dermatologista Linton Wallis Figueiredo Souza, de 54 anos, ganhou o direito de responder pelas acusações em liberdade.
O médico passou apenas 15 dias na cadeia desde que foi preso em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, após condenação em primeira instância pela Justiça estadual. Linton é acusado de estuprar nove mulheres. Segundo a Polícia Civil, algumas das vítimas foram sedadas para que o médico cometesse os abusos.
A soltura do réu foi possível graças a um habeas corpus impetrado pela defesa, e que foi aceito pela Justiça. Enquanto o caso não é julgado em instâncias superiores, o advogado de Linton defende que o cliente tem sido vítima de uma “lamentável, seletiva e parcial ação policial e judicial”.
Em um comunicado enviado à imprensa, o advogado Nelson Rodrigues garante que a inocência do cliente será provada “a partir dos milhares de documentos existentes no processo e dos próprios laudos oficiais e perícias da Polícia Civil, (IML) além dos depoimentos dos peritos em juízo que também atestam a inequivocamente a inexistência dos fatos imputados”, diz.
Se a prisão de Linton passou rápido, a investigação sobre o caso foi mais demorada. A primeira denúncia contra o médico surgiu há seis anos, quando duas jovens de 21 e 23 anos procuraram a polícia para relatar que o médico aplicou sedativos e cometeu os abusos enquanto elas estavam desacordadas, além de ter usado informações mentirosas para poder estuprar as pacientes. Uma das vítimas chegou a dormir por quase 20h após a sedação, e, ao acordar, sentiu desconforto e se lembrou de flashs dos momentos em que o médico tocava o seu corpo.
Conforme a Polícia Civil, a outra mulher que foi uma das primeiras denunciantes era uma prima da outra vítima que também passou por um procedimento estético e desconfiou da conduta do médico. Nos dois casos, as avaliações médicas no Posto Médico-Legal confirmaram que houve estupro com rompimento de hímen, já que as duas eram virgens.
A partir destas duas primeiras denunciantes, dezenas de mulheres passaram a procurar a delegacia para contar sobre possíveis estupros sofridos. A delegada Karine Maia, responsável pela investigação, detalha que, ao todo, 16 vítimas foram identificadas, entretanto, o médico só foi indiciado em nove dos casos, uma vez que parte das mulheres optou por não representar contra o suspeito.
Com O Tempo