Os amantes do “cafezinho” têm mais um motivo para tomar uma xícara de café hoje. É que neste sábado, 1º de outubro, é celebrado o Dia Internacional do Café. O Brasil tem razões de sobra para comemorar esta data. O país é o maior exportador do produto no mercado mundial e ocupa a segunda posição no ranking de maiores consumidores da bebida, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). O Brasil ainda responde por um terço da produção mundial de café, o que o coloca como maior produtor mundial, posto que detém há mais de 150 anos.
Dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) revelaram que, no biênio 2020/22, o Brasil foi responsável por 32% da produção mundial, mesmo passando por adversidades climáticas que impactaram a safra, como as fortes geadas do último ano. Na exportação, a fatia brasileira também é de 32% – ou seja: cerca de 1/3 de todo café consumido no mundo vem de lavouras brasileiras.
Minas Gerais está bem representado no ranking nacional do café. O Estado é o maior produtor brasileiro do grão, responde por cerca de 50% da produção nacional e é uma das principais fontes de cafés especiais do país. Segundo a FAEMG, o território mineiro foi responsável por 51% da produção nacional no biênio 2020/22 e, do total exportado pelo Brasil em 2021, 68% foram cultivados em campos mineiros.
“A gente brinca que, se Minas fosse um país, seríamos o maior produtor de café do mundo, né? Temos uma produção acima de todos os outros países. Todo esse cafezinho que chega às xícaras em todo o mundo representa muito das nossas lavouras mineiras. Para se ter uma ideia, uma a cada cinco xícaras de café consumidas no mundo sai de Minas Gerais”, conta Ana Carolina Gomes, analista de Agronegócios do Sistema FAEMG.
O grão é um dos principais geradores de fonte de renda no Estado. Os números da federação mostram que cerca de quatro milhões de empregos são formalizados em toda a cadeia produtiva de Minas. Também revelam que o café é cultivado em mais de 600 dos 853 municípios mineiros, sendo a principal atividade econômica em 340 deles. Segundo o último Censo Agropecuário, divulgado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Minas são mais de 123 mil estabelecimentos que produzem café, gerando oportunidades direta ou indiretamente.
Na avaliação de Ana Carolina, os dois últimos anos foram um pouco difíceis para o setor mineiro, que enfrentou condições climáticas adversas. Felizmente, o cenário já voltou a ficar favorável. “Em 2022, o Estado já exportou aproximadamente 25 milhões de sacas para destinos como Estados Unidos, Alemanha, Japão, movimentando cerca de U$ 4,4 bilhões. E neste ano, Minas deve responder por mais de 40% da produção nacional,” destaca.
Confira os dados da safra de café 2021
- Brasil = 47,7 milhões de sacas
- MG = 22,1 milhões de sacas
- Exportação (2021 – civil):
- Brasil = 40,4 milhões de sacas
- MG = 27,5 milhões de sacas (incluindo estoque de anos anteriores)
Três datas para celebrar o café
Se não faltam motivos para o brasileiro comemorar a importância do café, também não faltam datas. Isso porque, o grão que se transforma em uma das bebidas mais consumidas no mundo, é celebrado três vezes ao ano: em 14 de abril (Dia Mundial do Café); 24 de maio (Dia Nacional do Café) e 1º de outubro (Dia Internacional do Café).
O paralelo entre o Brasil e o café
A história do café no Brasil, a partir do século XVIII, é tão importante para os rumos do país a partir de então que, de acordo com os economistas e historiadores, seria impossível conceber os avanços pelos quais passou essa nação sem os ricos rendimentos obtidos pelos barões do café. Segundo a ABIC, foram os lucros provenientes dessa lavoura, intensificada a partir das décadas de 1830 e 1840 no estado de São Paulo, que permitiram o surgimento das estradas de ferro, o avanço da urbanização, a entrada de grandes levas de imigrantes europeus e até mesmo o refinamento dos modos e costumes brasileiros.
Da Redação com O Tempo.