A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta segunda-feira (3), a autorização para que a SpiN-TEC, vacina contra a Covid que está sendo desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, seja testada em pessoas. É o chamado teste clínico, que deve ser iniciado até o fim deste mês, segundo os pesquisadores, após a convocação de voluntários.
Nos testes pré-clínicos, a vacina não gerou efeitos colaterais adversos e demonstrou a capacidade de produção de anticorpos. Os exames comprovaram também que a dose é eficaz contra diferentes variantes do vírus, mostrando que houve proteção tanto para os casos de Covid grave quanto no modelo moderado.
Segundo o coordenador da pesquisa, Ricardo Gazzinelli, a SpiN-TEC poderá ser a primeira vacina humana totalmente desenvolvida no Brasil. Para a universidade, essa conquista deixa um legado para o desenvolvimento de imunizantes para outras doenças.
O estudo será financiado pela UFMG, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, Fiocruz e Prefeitura de Belo Horizonte.
A previsão é que a dose seja aplicada na população a partir do ano que vem.
Mais eficiente e mais barata
Além de toda a segurança no processo de testagem, os cientistas garantem que o retorno com a SpiN-TEC é bem efetivo. Isso porque, de acordo com o professor Ricardo Gazzinelli, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB-UFMG), a vacina nacional é mais estável, tem menor custo e é capaz de combater variantes mais fortes da Covid-19.
“Já existem trabalhos mostrando que a resposta das vacinas atuais contra a variante ômicron é pouco efetiva, daí a importância de desenvolvermos novas soluções que ataquem esta e outras variantes. Além disso, a SpiN-TEC tem custo baixo e alta estabilidade. As vacinas que usam RNA precisam ser congeladas a baixas temperaturas, o que dificulta o seu transporte. O imunizante da UFMG pode ser mantido em temperatura ambiente, o que facilita a distribuição para lugares longínquos”, disse.
A SpiN-TEC é resultado de uma parceria entre a UFMG, Fundação Ezequiel Dias (Funed), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-MG) e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Com g1