Uma mulher de 23 anos é a terceira pessoa a procurar a polícia por ter sido vítima de um ginecologista, de 59 anos, suspeito de abusos sexuais. O caso ocorreu na cidade de Águas Formosas, no Vale do Jequitinhonha/Mucuri. De acordo com a Polícia Civil, o médico foi preso preventivamente já que as investigações mostraram elementos suficientes para o pedido de prisão preventiva do homem.
O delegado Lucas Provenzano explica que, após manifestação do Ministério Público favorável à prisão preventiva, a ação foi decretada pela Justiça: “Suspeita-se de crimes contra a dignidade sexual praticados contra mulheres, e hoje a legislação é bastante rígida com os requisitos para se decretar a prisão preventiva. Então para haver o pedido e, ainda mais a decretação, é porque foram suficientes e ensejaram a segregação cautelar do investigado”.
Neste momento, uma das maiores preocupações da polícia é de que a imagem das vítimas repercuta e elas sejam alvo de críticas nas redes sociais. O delegado do caso relembra que mulheres vítimas de crimes sexuais devem ser acolhidas, mas muitas vezes enfrentam mais ataques após a exposição.
“Inclusive eu gostaria de deixar esse recado para sociedade para que as mulheres não sofram revitimização. Na sociedade temos um histórico, infelizmente, de machismo estrutural, mas essas mulheres tem que ser recebidas e acolhidas, tanto pelas instituições de estado quanto pela sociedade. Elas não devem ser desmerecidas para que não procurem ajuda, justamente ao contrário, o estado está aqui para auxiliá-las e é importante que a população saiba que configura crime desmerecer ou depreciar a figura dessas mulheres, principalmente nas redes sociais”.
O suspeito encontra-se a disposição no sistema prisional da cidade de Águas Formosas e as investigações continuam com a possibilidade de novas denúncias contra o médico ginecologista.
Com Itatiaia