O secretário municipal de Segurança e Prevenção de Belo Horizonte, Genilson Zeferino, disse que algumas pessoas que estavam no acampamento golpista em frente à 4ª Região Militar do Exército, na Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (6), eram “profissionais” e pagas para permanecer no local. A estrutura da ocupação foi desmontada pela Guarda Municipal e por agentes da prefeitura pela manhã.
“A gente aproveitou a oportunidade para fazer a operação hoje porque tinha menor número (de ocupantes). As pessoas que permaneceram nesta noite, a partir das 3h, eram todas profissionais. A gente percebia que nesse ambiente não eram só os patriotas, eram pessoas que recebiam, inclusive, para estar lá. Às 3h chegou uma carga de alimentação para eles”, afirmou o secretário.
Segundo ele, as agressões registradas contra jornalistas, nesta quinta-feira (5) e novamente nesta sexta, foram feitas por “pessoas deliberadas”.
“Parece que elas são escaladas para fazer esse trabalho. Você percebe um nível de organização dessas pessoas”, afirmou Zeferino.
Quando questionado sobre quem estaria financiando os atos, o secretário disse que “é a pergunta que vale milhões”.
Descoberta de “gato”
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), disse que a operação realizada nesta sexta desmontou uma estrutura com carro de som, barracas de comida e banheiros químicos instalados em via pública sem licenciamento. A ação também descobriu uma ligação de luz clandestina, o chamado “gato”. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi acionada.
Se identificados, os responsáveis pelas estruturas podem ser multados. No entanto, nenhuma multa foi aplicada até o momento.
Segundo Fuad Noman, a Guarda Municipal e agentes de fiscalização da prefeitura vão ficar de forma permanente na Avenida Raja Gabaglia para impedir novos acampamentos e a obstrução da via.
Questionado por que a prefeitura demorou mais de dois meses para agir, uma vez que manifestantes com intenções golpistas ocupam a via em frente ao quartel do Exército desde o dia 31 de outubro, o prefeito falou que é preciso “valorizar o que aconteceu hoje”.
“Hoje foi tomada uma decisão e foi implementada com absoluto sucesso e resolveu o problema”, afirmou.
No entanto, na tarde desta sexta-feira, depois da operação da prefeitura, alguns manifestantes permaneciam na Raja Gabaglia.
Agressão a jornalistas
Ninguém foi preso em flagrante após as agressões a jornalistas registradas nesta sexta-feira durante a operação da prefeitura. Uma equipe do jornal O Tempo e da da 98 FM foram alvos de manifestantes bolsonaristas.
“Nosso setor de inteligência está com todas as imagens para que a gente possa subsidiar a Polícia Civil de informações”, disse o comandante da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, Júlio César de Freitas.Segundo o prefeito Fuad Noman, a Polícia Militar (PM) foi comunicada sobre a operação da prefeitura, mas não foi solicitado apoio porque era uma ação de fiscalização municipal e “não era necessário”.
Com g1