Uma mulher de 49 anos foi presa após chamar um jovem, de 25, de macaco durante uma partida de futebol society em uma quadra esportiva no bairro Ipiranga, na região Nordeste Belo Horizonte, no último domingo (22). A prisão é uma das primeiras em Minas Gerais depois do crime de injúria racial ter sido equiparado ao de racismo.
O advogado da vítima, Gilberto Silva, informou que o crime se deu logo após o jovem praticar uma falta. “Ele recebeu o cartão amarelo e pela regra do jogo teve que ficar dois minutos do lado de fora. Quando estava se retirando, a mulher gritou: ‘sai daqui macaco’”, contou Silva.
O público que acompanhava a partida se indignou com a atitude da mulher e a Polícia Militar chegou a ser acionada. O advogado comenta que a suspeita tentou sair da quadra, mas foi orientada a permanecer. Vítima, suspeita e testemunhas prestaram depoimentos na Delegacia de Plantão (Deplan) 1 do bairro Floresta.
Conforme registrado na ocorrência, a suspeita afirmou ter chamado o rapaz de “macaco” por ele ter simulado uma falta e “caído de maduro”. Ainda alegou que pensava que esse era o apelido dele, o que foi negado pela vítima e por conhecidos.
Silva informou que a prisão em flagrante foi ratificada e a mulher transferida para o presídio feminino em Vespasiano. “A audiência de custódia está marcada para esta terça-feira (24). O mais importante é a aplicação da legislação sancionada em 11 de janeiro que equipara injúria racial ao crime de racismo”, afirma o advogado da vítima.
A impossibilidade do pagamento de fiança fará, na análise de Silva, que a sensação de impunidade diminua. “A prisão não vai resolver o problema do racismo, mas as pessoas vão pensar mais vezes antes de externar o preconceito”. A pena do crime varia de 2 a 5 anos de prisão e neste caso, por ter sido cometido durante evento esportivo, pode ser aumentada.
Com O Tempo